A Cinemateca vai dedicar a programação de janeiro aos realizadores Jean-Luc Godard e Jean-Marie Straub, "duas figuras monumentais da história do cinema" que morreram este ano.
Em nota de imprensa, a Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, explica que, sobre Jean-Luc Godard, terá "um vasto programa centrado em títulos menos vistos", nomeadamente das décadas de 1970 e 1990.
O cineasta franco-suíço Jean-Luc Godard, que morreu em setembro passado aos 91 anos, deixou uma obra que "constitui hoje um 'corpus' absolutamente decisivo – porventura o mais decisivo da segunda metade do século XX e deste início de século –" para compreender a história do cinema.
Parte fundamental da ‘Nouvelle Vague’ francesa, movimento que revolucionou o cinema a partir dos anos 1950, Godard assinou obras influentes para várias gerações de realizadores, como “O Desprezo” (1963), “Bando à Parte” (1964), “Pedro, o Louco” (1965) ou os mais recentes “Filme Socialismo” (2010) e “Adeus à Linguagem” (2014).
A par de Godard, a Cinemateca também volta a olhar para o cinema do realizador francês Jean-Marie Straub, que morreu em novembro aos 89 anos.
O ciclo em Lisboa contará com filmes feitos em nome próprio e com a mulher, a realizadora Danièle Huillet, que testemunham "a enorme, radical e solitária coerência de uma obra que se tornou num magnífico continente isolado na História do Cinema", escreveu a Cinemateca.
No obituário, o jornal francês Le Monde sublinhava que Jean-Marie Straub e Danièle Huillet, que morreu em 2006, “escreveram uma das páginas mais importantes do cinema moderno à margem do sistema, no decurso de uma aventura humana e artística sem igual”.
Sobre a restante programação de janeiro, destaque ainda para "uma breve e justíssima evocação" do produtor e realizador António da Cunha Telles, "nome incontornável do cinema português desde o início da década de 60 em múltiplas frentes de atividade", que morreu em novembro.
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