A caminho dos
Óscares 2025
Desde que se tornou, aos 29 anos, o mais jovem vencedor do Óscar de Melhor Ator, os bons momentos de Adrien Brody encontram-se principalmente no pequeno ecrã, e mesmo aí, a dimensão dos papéis não podia ser comparada com a de outros premiados da sua geração.
Isso mudou este ano com "O Brutalista", o épico com três horas e 35 minutos (15 minutos de intervalo incluídos) nomeado para dez Óscares onde interpreta um arquiteto judeu húngaro que sobrevive ao Holocausto e emigra para os EUA.
Novamente no centro das atenções da temporada de prémios e nomeado para o Óscar de Melhor Ator, Adrien Brody é um dos favoritos, 23 anos depois da conquista histórica com "O Pianista".
No entanto, a campanha de prémios está a revelar a relutância em falar sobre vários temas, incluindo precisamente o seu celebrado trabalho com Roman Polanski, considerado fugitivo pela justiça dos EUA após uma condenação por violação na década de 1970.
"Não é importante", respondeu à revista Variety numa entrevista publicada na quarta-feira.
Pouco convencida, a jornalista insistiu: "como é que se sente ao saber que a maior feito da sua carreira de ator está inextricavelmente ligado a um cineasta que foi apagado de Hollywood?".
Adrien Brody 'estremece', refere o artigo, antes de responder: “Estou grato por ter feito um filme que fala da imensa tragédia de uma época da história. E que seja contado com muito pouco sentimentalismo, quase como uma referência visual de uma época que não pode ser esquecida e uma tendência generalizada que não pode ser ignorada.”
A jornalista escreve que 'é uma espécie de salada de palavras, apresentada com o aparente propósito de fugir do assunto. O nome de Polanski nem sequer passa pelos lábios de Brody'.
Também não passa pelos lábios o nome de Halle Berry, a quem deu um beijo improvisado no palco dos Óscares de 2003 após ter ficado claramente surpreendido por ganhar: um grande momento da história das cerimónias entretanto reavaliado como uma 'invasão inapropriada'.
“Vivemos uma época muito consciente, o que é algo maravilhoso. E nada que faça ou tenha feito ou teria feito foi alguma vez com a intenção de fazer alguém sentir-se mal", foi a resposta ao recordar o momento.
Adrien Brody também evitou alongar-se sobre a relação com a companheira Georgina Chapman, que foi casada com Harvey Weinstein entre 2007 e o divórcio em 2021, após o poderoso produtor ser condenado por violação.
"Não vou entrar por aí, portanto vamos passar à frente", foi a primeira reação, embora tenha partilhado um pouco mais num segundo encontro com a jornalista, já depois de aparecerem juntos em vários eventos relacionados com "O Brutalista".
Já após os encontros para a entrevista estalou uma polémica: a utilização de Inteligência Artificial pelo Brady Corbet para aperfeiçoar a autenticidade do seu sotaque húngaro e o de Felicity Jones.
Foi outra resposta curta e cuidadosa por email: 'Aprecio e percebo as intenções de Brady e o incrível feito de cinema que conseguiu".
A 97.ª edição dos Óscares está marcada para 2 de março, em Los Angeles, Califórnia, com apresentação de Conan O’Brien.
VEJA O TRAILER DE "O BRUTALISTA".
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