Premiado no DocLisboa 2016, o filme resulta de um trabalho de pesquisa de Cláudia Varejão, no Japão, em torno de pescadoras que apanham moluscos e bivalves, mergulhando sem garrafas de oxigénio; uma prática milenar que é reservada apenas às mulheres, muitas com mais de 60 anos.

Depois de pesquisas e vários contactos com comunidades e aldeias onde vivem e trabalham estas pescadoras, Claúdia Varejão escolheu a vila piscatória de Wagu para filmar um grupo de mulheres que mergulha diariamente, respeitando técnicas tradicionais e rituais antigos.

"É uma realidade muito rica. Numa sociedade patriarcal, onde a mulher tem uma imagem muitas vezes submissa, existem estas mulheres - as ama san - a fazerem uma coisa que os homens nunca fizeram e com esta força e, ao mesmo tempo, fragilidade no seu quotidiano", contou à agência Lusa.

Mais do que sublinhar a peculiaridade de uma cultura tão diferente da realidade ocidental, Cláudia Varejão acabou por encontrar sobretudo semelhanças.

"Humanamente temos os mesmos gestos e necessidades. O tempo é outro, dá-se mais importância às coisas essenciais, à família, ao estarem juntos, é um reconectar com o que é importante na vida, há uma harmonia em relação à vida", que pode parece estranho, por exemplo, aos que vivem nas cidades, disse.

Além do documentário, este projeto de Cláudia Varejão desdobrou-se ainda num livro e numa exposição fotográfica, que já esteve patente no Museu do Oriente.

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