O Queer Lisboa - Festival Internacional de Cinema Queer, a celebrar 25 anos, revelou hoje os primeiros 40 filmes que integram a edição deste ano, que decorre entre 17 e 25 de setembro.

A lista de filmes hoje anunciada, em comunicado, inclui “as 22 curtas-metragens que competem pelo Prémio de Melhor Curta-Metragem, as 10 curtas do Prémio de Melhor Curta-Metragem de Escola Europeia e os oito filmes que competem na Secção Queer Art”.

Na competição pelo Prémio de Curta-Metragem, “um terço dos trabalhos são de cineastas que reincidem no Festival, todxs elxs com obras radicais que reafirmam os seus estilos”, pode ler-se no comunicado hoje divulgado.

Entre os 22 filmes, há dois portugueses - “A table for one”, de Carlos Lobo, e “Luz de Presença”, de Diogo Costa Amarante -, “quatro delicatessens vindas de longínquas realidades e três comoventes documentários; para além de filmes distópicos, ou que convidam a evadir-se, ou a sonhar com universos potencialmente melhores”.

Na competição In My Shorts, na qual é premiada a Melhor Curta-Metragem de Escola Europeia, há este ano “uma forte presença francesa, com dois filmes da La Fresnoy e outros sobre temas tão importantes como os do VIH/sida, o ‘cruising’ e a adição às drogas”.

A secção Queer Art conta com três filmes brasileiros ou de coprodução brasileira – “Cinco Casas”, de Bruno Gularte Barreto, “Desaprender a dormir”, de Gustavo Vinagre, e “Vaga Carne”, de Ricardo Alves Jr. e Grace Passô - entre os oito em competição.

A missão desta secção, salienta a organização, passa por “expor objetos artísticos que se enquadrem numa prática da linguagem cinematográfica cuja estética desafie os limites da sua própria classificação”.

“Este ano é composto por filmes atravessados pelo desajuste da (in)formação identitária que nos define dentro de normas e categorias rígidas. Cada um, oferece-nos hipóteses para a subversão dos cânones”, lê-se no comunicado.

Anteriormente tinha já sido anunciado que o Queer Lisboa irá dividir-se entre o Cinema São Jorge e a Cinemateca Portuguesa, contará com a presença e o cinema do realizador norte-americano Gus Van Sant e terá um projeto de itinerância noutras localidades.

Gus Van Sant vai estar em Lisboa em setembro, para estrear o espetáculo “Andy” na Bienal de Artes Contemporâneas - BoCA, mas, fruto de uma parceria entre a bienal e o festival, estará também presente no Queer Lisboa.

O festiva prepara uma retrospetiva de “homenagem à obra de um dos autores mais prolíficos do cinema queer norte-americano”, contando com filmes como “Mala Noche” (1986), “A caminho de Idaho” (1991) e “Elephant”(2003).

O Queer Lisboa deu ainda “carta branca” a Gus Van Sant para programar na Cinemateca Portuguesa, tendo este escolhido dois filmes que fazem a ponte com o espetáculo de palco que estreará na BoCA: “Batman Dracula” (1964), de Andy Warhol, e “Andy Warhol: A Documentary Film” (2006), de Ric Burns.

Gus Van Sant irá estar presente numa sessão na Cinemateca Portuguesa para uma conversa com o público.

O Queer Lisboa revelou em maio que quer fazer chegar o cinema de temática 'queer' a outras localidades, para lá do eixo Lisboa-Porto, que já acolhe o festival.

Esse “projeto de itinerância” acontecerá entre novembro e a primavera de 2022, em parceria com a associação ILGA-Portugal e com filmes que abordam temáticas sobre migrações, refugiados, direitos humanos, estigmas sobre VIH/Sida, sobre transgénero ou ativismo LGBTQI+.

O Queer Porto está agendado para outubro, entre os dias 12 e 16, e vai decorrer no Teatro Rivoli, Reitoria da Universidade do Porto, Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, Maus Hábitos e mala voadora.