O filme "61-63", do realizador português Ricardo G. Santos, será mostrado em maio no "Short Film Corner", no âmbito do Festival de Cinema de Cannes, em França, revelou a produtora Cidades Irrequietas Filmes.

"61-63" é descrito pela produtora como "uma viagem a partir da recolha de fotografias, cartas e memórias", do acervo familiar do realizador, e que remetem para a guerra colonial em África.

Produzido em conjunto com a Escola Superior de Teatro e Cinema, o filme foi escrito, realizado e montado por Ricardo G. Santos, que assina também a sonoplastia.

O filme é "um tributo ao meu pai e, talvez, uma necessidade de refletir, crítica e criativamente, sobre um assunto da nossa história recente, enquanto país colonizador, que na generalidade tende a ser esquecido, com narrativas que pouco coincidem com os factos reais", explicou o realizador em nota de imprensa.

"61-63" será exibido no dia 25 de maio no "Short Film Corner", uma iniciativa organizada pela Associação Francesa do Festival Internacional de Cinema, paralela ao festival de Cannes.

Não sendo uma secção competitiva de Cannes, o programa "Short Film Corner" é visto como um espaço de divulgação de novas produções de cinema e ponto de encontro entre profissionais do cinema e audiovisual.

O festival de cinema de Cannes decorrerá de 17 a 28 de maio.

Da programação anunciada, fora de competição estarão os filmes "Restos do Vento", do realizador português Tiago Guedes, que coassina o argumento com Tiago Rodrigues, e "Tourment sur les îles", do realizador espanhol Albert Serra, com coprodução minoritária portuguesa pela Rosa Filmes.

"Fogo-Fátuo", novo filme do realizador português João Pedro Rodrigues, foi selecionado para a Quinzena de Realizadores.

Na Semana da Crítica, outro dos programas paralelos, estarão "Alma Viva", da realizadora luso-francesa Cristèle Alves Meira, "Ice Merchants", ‘curta’ de animação de João Gonzalez, e "Tout le monde aime Jeanne", primeira obra da realizadora francesa Céline Devaux, rodada em Lisboa e com coprodução portuguesa pela O Som e a Fúria.

O filme "Mistida", de Falcão Nhaga, estará presente este mês no programa La Cinef, dedicado a obras feitas em contexto escolar.

No programa Cannes Classics estará o documentário "O silêncio de Goya", dirigido por José Luis López-Linares, que resulta de uma coprodução entre as produtoras Mondex (França), López-Li Films e Zampa Audiovisual (Espanha) e a Fado Filmes, de Portugal.