O Prémio da Crítica para
«Le Havre» é um bom presságio para
Aki Kaurismäki, que agradou com uma fábula divertida sobre a solidariedade com os imigrantes, que disputa a Palma de Ouro no domingo. O prémio é atribuído pelo júri da Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica (Fipresci).

Na secção Un Certain Regard, o júri premiou
«L'Exercice de l'Etat», de Pierre Schoeller, que explorou cinematograficamente a política francesa, acompanhando um ministro em meio ao turbilhão do poder.

Nas mostras paralelas, a crítica internacional premiou
«Take Shelter», apresentado na Semana da Crítica, segundo filme do americano Jeff Nichols, de 32 anos, que narra as tormentas de um homem desestabilizado pela sua obsessão por tornados.

Voltando à mostra competitiva, «Le Havre» enfrenta a concorrência de um outro longa-metragem que também leva à tela luz e optimismo:
«Le Gamin en Velo», dos realizadores belgas
Jean-Pierre e
Luc Dardenne, vencedores da Palma de Ouro em Cannes em 1999 e em 2005.

Os Dardenne, que participam pela quinta vez desde 1999 na disputa à Palma, retratam Cyril, um menino de 11 anos que procura pelo pai, que não quer assumir as suas responsabilidades paternas. Em desespero, o pequeno encontra no caminho Samantha, interpretada pela actriz belga
Cécile de France, que como uma fada madrinha se propõe a ajudá-lo.

A um dia do encerramento do festival - e logo após a polémica em que se envolveu
Lars von Trier lhe ter limitado as possibilidades de vitória - também se apresenta como favorito ao prémio máximo o filme mudo e a preto e branco
«The Artist», do francês
Michel Hazanavicius.

A fita, que se centra nas estrelas de cinema na década de 20 em Hollywood quando o som surge nas telas, conquistou aplausos dos jornalistas ainda durante sua exibição. As estrelas da película, a argentina
Bérènice Bejo e o francês
Jean Dujardin, foram apontados pela crítica como fortes candidatos ao prémio de Melhor Actor e Actriz.

Hazanavicius, que rodou seu filme em Hollywood, apresentou em Cannes uma obra onde a imagem e a emoção ocupam o lugar principal, recebendo dos jornalistas elogios como «uma pérola rara». «The Artist» não tinha sido escolhido no início para participar na competição oficial do Festival e, portanto, a conquista da Palma de Ouro seria algo inimaginável há poucas semanas,

Os críticos franceses qualificaram de obra-prima o filme
«A Árvore da Vida», do misterioso realizador norte-americano
Terrence Malick, por eles o vencedor da Palma de Ouro seria ele.

Produzido e protagonizado por
Brad Pitt, o filme - que combina belas imagens da criação do universo com as experiências de um garoto de dez anos de idade que cresce sob a educação de um pai autoritário - dividiu a crítica, mas muitos garantem que ele terá um prémio em Cannes.

Surgiu também no penúltimo dia um outro favorito: o filme do italiano
Paolo Sorrentino,
«This Must be a Place», com
Sean Penn no papel de um excêntrico músico a ser um dos favoritos ao prémio de Melhor Actor.

Alguns críticos também não descartam que
«Drive», do realizador dinamarquês
Nicolas Winding Refn, que conta a história de um piloto de automóveis de Los Angeles que se vê no meio de uma confusão com a máfia, possa conquistar um bom prémio em Cannes.

Com tantas apostas, a Palma de Ouro fugirá novamente das mãos do espanhol
Pedro Almodóvar, asseguram alguns jornalistas, que não foram conquistados pelo seu
«La Piel que Habito», um thriller de vingança com pitadas de humor fresco e irreverência.

No entanto, todos os prognósticos podem ser derrubados no domingo, como no ano passado, quando o júri concedeu a Palma de Ouro ao filme do tailandês
Apichatpong Weerasethakul, por
«O Tio Boonmee que se Lembra das suas Vidas Passadas».

SAPO/AFP

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