O município do Fundão, de onde era natural Eugénio de Andrade, encerra as comemorações do centenário do poeta com a apresentação, na sexta-feira, do documentário “Com palavras amo”, que contou com a colaboração de centenas de pessoas do concelho.
O trabalho, exibido às 18h30, na Biblioteca Eugénio de Andrade, no Fundão, é uma das formas de conhecer e entrar no universo da poesia do autor de uma forma “mais intimista, mais controlada, repetível”, salientou a autarquia, em comunicado.
“Com palavras amo” teve como objetivo transformar palavras escritas por Eugénio de Andrade em som, fazê-las habitar as vozes das pessoas. Construíram-se oportunidades de conhecer, experimentar, descobrir, criar, partilhar e escutar, numa atividade que envolveu a comunidade do Fundão”, explicou a Câmara Municipal, na mesma nota enviada à agência Lusa.
Segundo o município, no projeto artístico, dinamizado pela autarquia e pela Companhia de Música, participaram “algumas centenas de pessoas de várias idades, desde alunos do primeiro ciclo a idosos”.
Também na sexta-feira, data de nascimento de José Fontinhas, nome do poeta, em Póvoa de Atalaia, a aldeia de onde era natural, realiza-se, a partir das 14:00, o segundo encontro do ciclo “Povoar a casa da poesia”, subordinado ao tema “No princípio era a música”.
O momento vai ser protagonizado por crianças do jardim-de-infância da localidade e “outras pessoas do passado e presente da escola primária” onde agora se encontra a Casa da Poesia, que vão cantar e ler poemas de Eugénio de Andrade.
“Esta iniciativa pública e aberta à comunidade marca uma nova fase da Casa da Poesia Eugénio de Andrade e pretende convidar a aldeia e o mundo para um momento de partilha de poemas do poeta”, sublinhou o município, no distrito de Castelo Branco.
No sábado, às 15h30, no Octógono, no Fundão, o Coro Misto da Beira Interior e o Coro Infantil da Beira Interior, com direção de Luís Cipriano, sobem pela segunda vez ao palco com o espetáculo “Poemas”, um concerto baseado nas criações de Eugénio de Andrade.
“Poemas”, com entrada gratuita, mas sujeita a reserva, é composto “por seis andamentos intercalados por cinco interlúdios, como se se tratasse de um passeio entre os vários poemas que representam as várias fases do poeta”, explicou o maestro.
Segundo Luís Cipriano, “a obra retrata também o contraste da poesia de Eugénio de Andrade, onde a amargura, a preocupação do envelhecimento, contrastam com o amor pela natureza, pelo belo e pelo significado de amizade e amor”.
O compositor frisa que a obra “utiliza uma linguagem tonal, por vezes muito simples, contrastando com o atonalismo e de complexidade rítmica como a poesia do poeta”.
Os poemas que serviram de inspiração à criação de Luís Cipriano são “É urgente o amor”, “Os amigos”, “Ver claro”, “Pequena elegia de setembro”, Quase nada” e “Procura a maravilha”.
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