Viggo Mortensen não se conforma com as conotações negativas que continuam a perseguir "Green Book: Um Guia Para a Vida".
O vencedor dos Óscares referentes a 2018 centra-se na história verídica da amizade que nasceu quando o famoso pianista negro Don Shirley (Mahershala Ali) contratou um segurança italo-americano como motorista (Mortensen) para o acompanhar uma digressão pelo Sul racista dos EUA nos anos 1960.
Muito bem recebido na antestreia mundial no festival de Toronto, onde chegou a ganhar o prémio do público, as polémicas começaram a surgir com o seu sucesso de bilheteira e quando se tornou claro que era um forte candidato aos Óscares.
Alegadas liberdades com a história, mesmo feitas por familiares de Don Shirley (uma "sinfonia de mentiras", chamou-lhe o irmão) e críticas por perpetuar a narrativa do "salvador branco" foram algumas das acusações.
"Tornou-se um cliché dizer 'Este filme vai ser o 'Green Book' deste ano?'. 'Green Book' tornou-se um pejorativo", lamentou-se Viggo Mortensen numa entrevista este fim de semana ao jornal britânico "The Independent".
Após ter ganho as estatuetas douradas, o filme tem vindo a tornar-se para alguns um símbolo das escolhas discutíveis dos votantes da Academia e exemplo de "branqueamento racial".
Uma reputação que o ator descreve como "dolorosa e destrutiva".
"Muitas das críticas feitas a este filme não foram apenas despropositadas, mas também imprecisas, falsas e irresponsáveis. Baseiam-se num monte de me***, motivações pessoais e pouco mais", reforçou.
"Pode afetar o que faço ou como as pessoas me veem como ator? Talvez. Mas não posso fazer nada em relação a isso", concluiu.
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