
"Soldados do Universo" é o capítulo que se segue na Hollywood definida por sagas e filmes à volta da "propriedade intelectual" para chegarem aos diversos quadrantes do público em todo o mundo e assim conquistarem as bilheteiras.
A Sony Pictures confiou a Neill Blomkamp a realização e argumento de novo filme, revelou em exclusivo a revista The Hollywood Reporter.
O sul-africano tem ampla experiência no cinema de ficção científica: "Distrito 9" (2009), a sua estreia nas longas-metragens aos 29 anos, foi nomeado para quatro Óscares, incluindo Melhor Filme, e abriu-lhe as portas de Hollywood, onde fez a seguir "Elysium" (2013) e "Chappie" (2015). O trabalho mais recente foi a adaptação de "Gran Turismo", também para a Sony.
O que se prepara é uma nova versão história do livro de Robert A. Heinlein de 1959 e não da famosa sátira de Paul Verhoeven de 1997, embora seja esta que traz o reconhecimento de "propriedade intelectual".
O livro centrava-se em Johnny Rico e outros jovens belicistas seduzidos por uma campanha de alistamento para defender a Terra dos 'alienígenas', com o discurso e a prática do militarismo primário a encontrarem o contraponto na violência abissal dos gigantes e asquerosos insetos.
No filme, os jovens tinham a missão era acabar com uma praga de insetos mortíferos no planeta Plutão. No elenco destacavam-se Casper Van Dien, Dina Meyer, Denise Richards, Neil Patrick Harris e Michael Ironside.
Na época, "Soldados do Universo" não foi um sucesso comercial e foram muitas as críticas ao "holandês violento", famoso por títulos como "Robocop" (1987), "Desafio Total" (1990) e "Instinto Fatal" (1992), por alegadamente fazer a apologia do fascismo, desde a representação da propaganda e do chauvinismo ao fetichismo pelos uniformes militares e as influências nazis, associados a uma direita ultranacionalista e às sociedades militaristas (com os "insetos" a serem claramente associados aos "estrangeiros").
Com o passar dos anos, essa interpretação foi reavaliada e tornou-se um filme de culto: mais do que um comentário sobre a violência em si, de resto servida em doses generosas, o realizador estava a satirizar o tom da própria retórica do livro.
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