Atualização (18h24): os cinemas AMC anunciaram a reversão da sua política do uso de máscara ser facultativo para os espectadores. Passará a ser obrigatório. Mais no fim do artigo.
Antes:
Grande ironia: o líder dos principais cinemas nos EUA envolveu-se numa grande controvérsia após explicar que o uso de máscara não seria obrigatório nas suas salas para evitar entrar numa "controvérsia política".
AMC, Regal e Cinemark são os principais exibidores de cinema nos EUA, com mais de 20 mil salas entre si, e anunciaram esta semana os seus planos reabrir e proteger os seus clientes da COVID-19.
Tal como acontece em Portugal, está previsto o reforço da limpeza e desinfeção de todas as áreas e superfícies, a redução da capacidade das salas, o aumento do tempo entre as sessões para diminuir o fluxo de pessoas e permitir uma melhor limpeza.
Só que, ao contrário do nosso país, nestes cinemas americanos o uso de máscara será apenas obrigatório para os funcionários: para os clientes é uma "recomendação".
A exceção é se existir uma decisão das autoridades a impor o uso.
Após a divulgação dos planos, surgiram críticas nas redes sociais de que os cinemas não estavam a ir suficientemente longe na proteção.
O tom subiu nas últimas horas com uma única frase para explicar o raciocínio por detrás da política de máscaras do CEO da AMC (com 634 cinemas e 8043 salas, sem contar com o mercado internacional, que inclui as da UCI Cinemas).
"Não quisemos ser arrastados para uma controvérsia política", disse Adam Aron à revista especializada Variety.
"Achamos que seria contraproducente se forçássemos o uso de máscaras às pessoas que acreditam firmemente que isso não é necessário. Acreditamos que a grande maioria dos convidados da AMC irá usar máscaras. Quando eu for a uma apresentação da AMC, certamente que usarei uma máscara e liderarei pelo exemplo", continuou.
As reações têm aparecido nas redes sociais.
A conselheira e porta-voz da campanha presidencial de Joe Biden, disse que ia cancelar o seu cartão "porque não existe nada de político sobre usar uma máscara. Trata-se apenas de uma boa prática de saúde pública que vai ajudar a salvar vidas!"
"Desfrutem de não ter o dinheiro daqueles que não veem usar máscara como uma 'controvérsia política', mas um passo necessário para proteger os nossos entes queridos. Acho esta postura incrivelmente irresponsável", escreveu o crítico de cinema Dan Murrell.
"A AMC junta-se à Cinemark & Regal ao não tornar obrigatório o uso de máscaras para os seus convidados. Dizem que é um 'tema político'. São palhaços e cobardes à custa da saúde pública. Percebo que precisem das receitas, mas não há desculpa para não tornarem obrigatório à entrada e saída. Que se lixem", escreveu o também crítico de cinema Brendan Hodges, que também chamou a atenção para a intenção de ocupar as salas a 100% quando estrear "007: Sem Tempo Para Morrer" e "Soul" em novembro, "pelo menos meio ano antes de existir uma vacina".
Atualização (18h24): os cinemas AMC tornaram obrigatório o uso da máscara por parte dos espectadores, após o plano anunciado na quinta-feira à tarde de ser facultativo ter provocado "protestos intensos e imediatos dose nossos clientes e ser claro nessa resposta que não fomos suficientemente longe no uso de máscaras".
"Nos teatros da AMC, entendemos ser absolutamente crucial ouvir aos nossos convidados. Assim, e com o apoio total de nossos consultores científicos, estamos a inverter o rumo e a mudar a nossa política de máscara para os nossos convidados", indica o comunicado.
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