O drama "emocionará muito", afirmou esta sexta-feira o cineasta espanhol numa longa entrevista ao jornal italiano La Repubblica.

"É um filme sobre a identidade", contou o cineasta, que compete pelo Leão de Ouro depois de ter recebido em 2019 o Leão de Ouro honorário, um gesto que confirma a sua excelente relação com os organizadores de um dos festivais mais reputados e antigos do mundo.

O filme "fala de uma verdade pessoal e de uma verdade histórica. De ancestrais e descendentes. No centro, o dilema moral de uma mulher que quer encontrar o corpo do bisavô assassinado pelos franquistas durante a Guerra Civil (1936-1939), mas ao mesmo tempo enfrenta um segredo íntimo incómodo", resumiu o cineasta.

Mães Paralelas Madres paralelas

Depois do sucesso de "Dor e Glória", Almodóvar retoma o tema da maternidade para abordar também uma questão política: os milhares de desaparecidos durante a guerra civil e a ditadura de Espanha.

Protagonizada por Penélope Cruz, Milena Smit, Aitana Sánchez-Gijón e Israel Elejalde, e ainda com "cúmplices" de outros filmes como Rossy de Palma e Julieta Serrano, "Madres Paralelas" anda à volta de duas mulheres, Janis e Ana, ambas solteiras que engravidam por acidente e reagem de maneira muito diferente: a primeira, já na meia-idade, fica radiante com a notícia, mas Ana, uma adolescente, está assustada, arrependida e traumatizada.

Janis tenta dar ânimo a Ana quando andam pelos corredores do hospital e as poucas palavras que trocam durante essas horas criarão uma ligação muito forte, que o acaso se encarregará de desenvolver e complicar de uma forma que mudará a vida de ambas.