O Monstra - Festival de Cinema de Animação de Lisboa faz 15 anos em março, com quase 500 filmes, uma homenagem ao cinema da América Latina, uma retrospetiva de um mestre japonês, clássicos da animação e a estreia de «A ovelha Choné».
Na apresentação da programação em Lisboa, o diretor, Fernando Galrito, fez saber que esta é a mais extensa programação dos 15 anos do festival, com secções que abrangem diferentes géneros e formatos de cinema, tudo em animação: competição de curtas e longas-metragens, filmes para crianças - a Monstrinha -, documentários e terror, além de exposições, encontros com artistas e «workshops».
O Monstra decorrerá em Lisboa, de 12 a 22 de março, centrado no Cinema São Jorge, mas com sessões também em Almada. Até julho está previsto um périplo pelo Porto, por Coimbra, Portalegre, Santarém, Ponta Delgada, Gouveia e, no resto do ano, com sessões programadas em vários países.
Todos os anos, o Monstra dedica parte da programação ao cinema de um país convidado, sendo este ano alargado a uma geografia mais ampla, a da América Latina, com filmes da Argentina, Cuba, México, Venezuela, Costa Rica ou Colômbia.
Da extensa programação, destacam-se os filmes selecionados para a competição de longas-metragens, entre os quais dois candidatos aos Óscares - «Song of the Sea», de Tomm Moore, e «The Tales of Princess Kaguya», de Isao Takahata - e «A Ovelha Choné», todos em antestreia.
Mark Burton e Richard Starzak, realizadores de «A Ovelha Choné», a longa-metragem dos estúdios Aardman com as mesmas personagens da série televisiva para a infância, estarão em Lisboa a propósito da antestreia nacional do filme.
O realizador japonês Isao Takahata não estará em Lisboa, mas será alvo de uma retrospetiva no já habitual programa dedicado ao Japão - serão exibidos quatro filmes do cineasta, assim como «As Asas do Vento», o último filme de Hayao Miyazaki, e um documentário sobre os dois mestres da animação e sobre o trabalho nos estúdios Ghibli, que ambos fundaram.
Um vasto programa de iniciativas
A competição portuguesa de curtas-metragens vai apresentar os filmes «Fuligem», de David Doutel e Vasco Sá, «Foi o Fio», de Patrícia Figueiredo, «Papel de Natal», de José Miguel Ribeiro, e »Raquel Silvestre - A pastora», de Marina Palácio.
Dos filmes referenciados como históricos, a Monstra recupera aquele que é considerado como uma das obras-primas da animação francesa, «O Rei e o Pássaro», de Paul Grimault, iniciado em 1948 e concluído em 1980.
Um dos programas da Monstra que tem tido um crescimento gradual no festival é o Monstrinha, feito para os mais pequenos e em ambiente escolar. Este ano estão previstas 160 sessões de cinema para nove agrupamentos de escolas de Lisboa e Almada, abrangendo cerca de 80.000 alunos.
Fazendo fé que a meteorologia vai ajudar a organização, o Monstra contará com cinema em versão «drive-in» num parque de estacionamento no Parque Mayer, no Jardim da Estrela e no Largo do Intendente e numa versão «cinema-mais-pequeno-do-mundo», com sessões de 15 minutos para grupos de nove espetadores.
Ao cinema juntam-se ainda exposições no Museu da Marioneta, Casa da América Latina, Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e Fábrica do Braço de Prata.
Os 15 anos do Monstra serão ainda assinalados com o lançamento de um DVD com 15 filmes de animação para os mais novos, com uma exposição com os cartazes do festival e a exibição de telediscos feitos em cinema de animação.
Comentários