Alan Arkin, ator que venceu um Óscar pelo seu papel no filme "Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos" ("Little Miss Sunshine", no título original), morreu aos 89 anos. A notícia foi confirmada pela família à revista People.

"O nosso pai era uma força da natureza com um talento único, tanto como artista como homem. Um marido, pai, avô e bisavô amoroso, ele era adorado e fará muita falta", lê-se na nota assinada pelos filhos do ator, Adam, Matthew e Anthony.

As causas da morte de Alan Arkin não são conhecidas.

Ao longo de mais de seis década de carreira, Alan Arkin marcou o cinema, o teatro e televisão, em dezenas de papéis, que lhe valeram um Tony, um Globo de Ouro e um Óscar, este último de Melhor Ator Secundário por "Uma Família à Beira de Um Ataque de Nervos”.

Nascido em Nova Iorque em 1934, começou a ter aulas de interpretação aos 10 anos e estreou-se na década de 60 pela porta do humor com a companhia teatral "Second CIty", dado em simultâneo os primeiros passos na televisão.

Morreu o ator Alan Arkin

A peça “Enter Laughing”, em 1963, colocou-o sob todos os holofotes e valeu-lhe o Tony de Melhor Ator, mas foi no cinema que ganhou maior notoriedade, em filmes como “Vêm Aí os Russos, Vêm Aí os Russos!”, “Inspector Clouseau” (no papel principal, antes imortalizado por Peter Sellers), “Artigo 22”, “As Aventuras de Rocketeer”, “Eduardo Mãos de Tesoura” ou “Argo”.

O Tony que ganhou pela peça “Enter Laughing” colocou-o no mapa e empurrou-o para o primeiro papel de destaque no cinema, em 1966, a comédia desvairada “Vêm Aí os Russos, Vêm Aí os Russos!”, que lhe valeu a nomeação ao Óscar de Melhor Ator.

A década de 60 prosseguiu sob o signo da comédia ao encarnar o desastrado Inspector Clouseau no filme homónimo de 1968, mas teve novo ponto alto em 1968 no drama “Um Coração Solitário”, cujo papel de surdo-mudo lhe valeu nova nomeação ao Óscar de Melhor Ator. No ano seguinte, estreou-se como realizador, com a curta-metragem “People Soup”, protagonizada por dois dos seus filhos, que lhe valeu outra nomeação ao Óscar.

Prosseguiu ao longo das décadas de 70 e 80 com grande diversidade de papéis, mas especial tónica no humor, desse o satírico “Artigo 22” à paródia “O Regresso de Sherlock Holmes”, passando por “Corações do Oeste” e o grande sucesso “Por Favor Não Matem o Dentista”, mantendo-se como realizador em filmes como a comédia negra “Salvo por Amor”.

Além do teatro, onde teve atividade de encenador, manteve carreira na televisão, tendo participado com a então esposa Barbara Dana numa temporada da versão americana da “Rua Sésamo”, tendo tido um momento alto como protagonista do telefilme “Fuga de Sobibor”, que lhe valeu a nomeação ao Emmy e ao Globo de Ouro.

Alan Arkin
Michael Douglas e Alan Arkin

A partir da década de 90, com a participação em “Eduardo Mãos de Tesoura” e “As Aventuras de Rocketeer”, iniciou um percurso recheado de papéis secundários memoráveis, em filmes como “Sucesso a Qualquer Preço”, “Gattaca”, “Get Smart – Olho Vivo”, “Marley e Eu”, “Gangsters da Velha Guarda” e “Grudge Match: Ajuste de Contas”, que teve o ponto alto em 2005 com “Uma Família à Beira de Um Ataque de Nervos”, que lhe valeu o Óscar de Melhor Ator Secundário, para o qual voltou a ser nomeado em 2013 por “Argo”.

Recentemente, contracenou com Michael Douglas na série de sucesso "O Método Kominsky", que pode ser vista na Netflix. O ator deixou o elenco da série na terceira temporada, em 2021.

Em 2020, o ator fez parte do elenco de "Spenser Confidential", comédia da Netflix inspirada em "Wonderland", um romance best-seller de Ace Atkins. Na década anterior, o norte-americano fez parte do elenco de filmes como "Grudge Match - Ajuste de Conta", "Gangsters da Velha Guarda" e "A Tempo e Horas.

Falecido aos 89 anos, Arkin também foi autor de vários livros, incluindo duas memórias, e, nos anos 50, em início de carreira, integrou o grupo de música folk The Tarriers.