Meryl Streep e Robert De Niro fizeram três filmes juntos, incluindo um dos maiores clássicos do cinema americano e vencedor de cinco Óscares: "O Caçador" (1978).
Os outros filmes foram "Encontro com o Amor" (1984) e "Duas Irmãs" (1996), mas a admiração da atriz pelo colega e amigo começou exatamente em 1973 e teve um impacto duradouro.
Durante o 65.º aniversário da gala de beneficência "A Celebration of Film", na Universidade do Texas, Streep falou da experiência de ir ao cinema com amigos e ver pela primeira vez De Niro no grande ecrã, em "Bang the Drum Slowly" ("Toca o Tambor Devagar" em Portugal), de John D. Hancock, onde entrava o seu amigo de faculdade Michael Moriarty (mais tarde, conhecido pela minissérie "Holocausto" e as primeiras temporadas da série "Lei & Ordem").
"O Michael era fantástico, mas todos concordámos que o miúdo que eles encontraram no Sul, um ator não profissional, claramente não profissional, uma interpretação incrível. Pensámos que eles devem ter vasculhado toda a região dos Apalaches [um zona no leste dos EUA, desde o sul do estado de Nova Iorque até o norte do Alabama e Geórgia) para encontrar este tipo", recordou no sábado, citada pela revista The Hollywood Reporter.
Dois meses depois, no mesmo cinema, Streep e amigos viram "Mean Streets" ("Os Cavaleiros do Asfalto"), de Martin Scorsese.
"E ali estava o tipo, o mesmo miúdo. Mas não é lento. Não é do sul. É um marginal de Nova Iorque. Completamente desprezível, este tipo de falinhas mansas com a experiência das ruas e ficámos alucinados", partilhou.
"Examinámos os créditos e vimos o nome dele. Disse, 'Oh, meu Deus'. Ele é italiano. Ele é Robert De Niro. Ele é um ator. E isso deixou-me espantada", acrescentou.
A atriz disse que muitas vezes lhe perguntam 'Qual a atriz que mais admira? Qual a atriz cuja carreira gostaria de igualar?' e deu uma longa lista que incluía nomes como Geraldine Page, Colleen Dewhurst, Vanessa Redgrave, Maggie Smith, Carole Lombard e Barbara Stanwyck.
"Mas na verdade, a segunda vez que vi Robert De Niro, disse a mim mesma, 'este é o género de ator que quero ser'. É isto que quero fazer. E quero fazê-lo com o empenho, a paixão, a perícia e a beleza com que ele se aplica. E ele tem sido o meu farol há 50 anos", elogiou.
A atriz também reconheceu que os dois não são amigos íntimos: "É um homem cuja presença na minha vida durante 40 anos tem sido uma consoladora constante. Mas não o vejo com muita frequência. Não conversamos. Mas sei que ele está, sem dúvida, sempre ali para mim e estará sempre. É um homem que vive da sua lealdade aos seus ideais, ao seu país e às pessoas que ama”.
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