Na última semana de 2022, Courtney Love deu uma entrevista que deu que falar ao podcast “WTF” de Marc Maron, ao ponto de merecer um esclarecimento extra nas redes sociais ainda antes de fechar o ano.

A passagem que causou mais ondas foi a da revelação de que foi despedida de "Clube de Combate", porque recusou o pedido de Brad Pitt, um dos protagonistas do filme de 1999, e do realizador Gus Van Sant, para um projeto sobre o seu ex-marido, o líder dos Nirvana Kurt Cobain.

"Passei-me", recordou a cantora e atriz sobre a reunião.

Edward Norton, o outro protagonista de "Fight Club" e o seu namorado na época, deu-lhe a má notícia em primeira mão ainda antes do realizador David Fincher: o papel em causa, Marla Singer, foi parar às mãos de Helena Bonham Carter, que abanou com sucesso a sua imagem estabelecida ligada aos filmes de época britânicos.

Ainda durante a entrevista, Love revelava que a mais recente tentativa de Pitt e da sua produtora Plan B foi em 2020 e com a mesma resposta por zoom: "Não sei se confio em ti e não sei se os teus filmes têm fins lucrativos. Eles são realmente bons filmes de justiça social, mas... se não me percebes a mim, de certa forma não percebes o Kurt, e não sinto que percebas, Brad".

"Clube de Combate"

Após o impacto destas declarações, Love publicou um prolongado esclarecimento nas redes sociais onde diz que nunca quis revelar a história, mas "o Brad Pitt levou a pressão longe demais. Não gosto da forma como ele faz negócios ou exerce o seu poder. É um facto simples e começou durante a produção de 'Fight Club'".

Garantindo que tem anos suficientes na indústria e de como funcionam os castings para se vir "a lamentar 22 anos mais tarde de ter perdido um papel", Love diz que apenas descreveu os factos: "o Brad e Gus Van Sant chamaram-me do almoço e tentaram chantagear-me com o meu papel para lhes ceder os direitos de um filme sobre o Kurt. Passei-me como eles e às 19 horas fui despedida do 'Fight Club'".

"É um filme. Na verdade, rejeitei papéis melhores do que esse. O que interessa isso?", acrescenta.

"A questão é que o Brad continuou a perseguir-me sobre o Kurt. Com todo este ressentimento na nossa história, alguém pode perguntar por que aceitei mais uma proposta do Brad para o filme de Kurt depois de todos estes anos? Porque estou em recuperação. E o ressentimento é como beber veneno e esperar que a outra pessoa morra. Para mim, acabou estar zangada por causa disso. Além disso. ouvi dizer que o Brad estava a lidar com os mesmos demónios. Portanto, nós os dois podíamos ter mudado os nossos pontos de vista espirituais sobre o mundo. Mas não", continua o esclarecimento na primeira pessoa.

"Não é só o Zoom que tive com o Brad onde disse não à Plan B e o Brad a produzir o filme. É que eu disse NÃO no Zoom e isso não foi suficiente, e que não fui ouvida. Fui ignorada. Não tinha a intenção de falar disto com o Marc Maron, mas acabou por surgir. Disse a história porque sinto que Pitt não pararia de perseguir o Kurt — a menos que eu dissesse isto em público", explica.

E mais: "Não quero que o Brad fique chateado comigo e tornar-me o seu ressentimento. Quero que ele faça melhor. Não gosto de ataques. [...] Desejo-te felicidades, sinceramente. Se ele está zangado comigo, isso é problema dele. Gosto imenso dele como estrela de cinema. Não tanto como produtor de 'biopics'".

No fim do esclarecimento, Love regressa a "Clube de Combate" e às voltas do destino: "Tenho certeza que a Helena Bonham Carter estava totalmente destinada a ser Marla Singer e não lhe tenho, ou a Edward Norton ou ao David Fincher ou ao [produtor] Art Linson — todas pessoas cujo trabalho e genialidade respeito imensamente, qualquer má vontade".

O ESCLARECIMENTO ORIGINAL.

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