Em entrevista à Pitchfork, a artista, que editou o seu novo álbum, “Vulnicura”, na semana passada, meses antes da data prevista do seu lançamento, explicou que tem constantemente de explicar aos jornalistas que é ela que produz os seus próprios álbuns com a ajuda de outros produtores – e não o contrário.

“Eu fiz 80% das batidas no ‘Vespertine’ [2001] e levou-me três anos o trabalho nesse álbum, porque eram todas micro batidas – foi como fazer um enorme bordado. Os Matmos apareceram nas duas últimas semanas e adicionaram percussão às canções, mas não fizeram nenhuma das partes principais, e foram creditados em todo o lado como se tivessem produzido todo o álbum”, contou Björk, que continuou, fazendo alusão a Kanye West.

“Não tenho nada contra o Kanye West. Ajudem-me com isto – eu não estou a criticá-lo. Isto é sobre como as pessoas falam sobre ele. Para o seu último álbum, ele juntou os melhores beatmakers do planeta, para lhe fazerem as batidas. Muitas vezes, ele nem sequer estava lá. Contudo, ninguém questiona a sua autoria, nem por um segundo”.

“É duro. Tudo o que um tipo diz uma vez, tu tens que dizer cinco”, concluiu, reafirmando que compõe e produz sozinha 80% de cada álbum seu, antes de arranjar alguém para a ajudar com os retoques finais, apesar de nunca ser creditada por esse trabalho, aos olhos da crítica e dos seus fãs.