
A Austrália cancelou o visto do rapper norte-americano Kanye West por causa da sua música que glorifica o líder nazi Adolf Hitler, informou o governo na quarta-feira.
O músico de 48 anos, que mudou legalmente o seu nome para Ye, lançou "Heil Hitler" a 8 de maio, o 80.º aniversário da derrota da Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial.
Há algum tempo que West — cuja esposa Bianca Censori é australiana — vem à Austrália porque tem família no país, disse o ministro do Interior, Tony Burke.
"Ele fez muitos comentários ofensivos. Mas os meus funcionários analisaram novamente o caso quando lançou a música 'Heil Hitler' e já não tem um visto válido na Austrália."
Burke disse que o visto cancelado do rapper não era para a realização de concertos.
"Era um nível mais baixo, e os funcionários ainda analisaram a lei e disseram: 'Vamos ter uma música e promover esse tipo de nazismo — não precisamos disso na Austrália'", disse ao canal público ABC.
Questionado se seria sustentável barrar uma figura tão popular, o ministro respondeu: "Acho que o que não é sustentável é importar ódio".
Mas acrescentou que os agentes de imigração reavaliam cada pedido de visto.
"Importar intolerância"
Os cidadãos australianos têm liberdade de expressão, acrescentou Burke.
"Mas já temos problemas suficientes neste país sem importar deliberadamente intolerância."
A música "Heil Hitler", de Kanye West, provocou oposição pública na semana passada na Eslováquia, quando foi anunciado que faria um concerto no país em julho.
Mais de três mil pessoas assinaram uma petição contra a apresentação de West na capital eslovaca.
O rapper — um defensor declarado do presidente dos EUA, Donald Trump — está "repetida e abertamente a aderir a símbolos e ideologias relacionados com o período mais sombrio da história global moderna", disseram dois grupos por trás da petição.
"O concerto de Kanye West na nossa cidade e no nosso país é um insulto à memória histórica, uma glorificação da violência dos tempos de guerra e uma degradação de todas as vítimas do regime nazi", dizia a petição.
No vídeo de "Heil Hitler", dezenas de homens negros — usando peles de animais e máscaras, em formação de bloco — entoam o título da música, enquanto West canta sobre ser incompreendido e a sua batalha pela custódia com a ex-esposa Kim Kardashian.
A música termina com um trecho de um discurso do ditador nazi.
West também apoiou publicamente o colega rapper e magnata da música Sean Combs, que foi julgado recentemente em Nova Iorque por alegado tráfico sexual e extorsão.
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