Em Manchester, Inglaterra, não foi diferente, e, perante o estádio cheio do Manchester City, a banda ofereceu uma dose de entretenimento que não deixou indiferente nenhum dos presentes. O clima de festa instalou-se desde a sequência inicial, recheada de temas acelerados dos anos 80 como “You Give Love a Bad Name”, “Born to Be My Baby” ou “Raise Your Hands”, com o próprio Jon Bon Jovi a avisar que não iria perder muito tempo a falar. Depois da passagem obrigatória pelo seu último grande êxito à escala mundial, “It’s My Life”, a banda aventurou-se por dois temas do último disco: o primeiro single “Because We Can” e o tema título “What About Now”, os quais, apesar de não serem sobejamente conhecidos, encaixaram bem e não deixaram os ânimos acalmarem.

Pouco depois era o êxito dos anos 90 “Keep the Faith” que animava os presentes e, em terra de Robbie Williams, nada melhor que juntar à faixa o tema “Let Me Entertain You”, êxito que o público se encarregou de ajudar a cantar. Com o fim de “Keep the Faith”, chegaram os solos e, já sem Jon Bon Jovi em palco, foi a vez de Phil X (o músico que atualmente substitui Sambora em concerto, na guitarra), David Bryan (nas teclas) e Bobby Bandiera (guitarrista que acompanha a banda ao vivo desde 2005) demonstrarem os seus dotes com solos bem ritmados.

O regresso ao palco do vocalista dá-se com o momento mais calmo do concerto e com as baladas “(You Want To) Make a Memory” e “I’ll Be There For You” a lembrarem esta faceta da banda. Até ao fim do alinhamento principal foi a produção que mais brilhou, em jogos de luzes e projeções vídeo que tiraram partido de um palco dantesco, que recria a parte frontal de um automóvel modelo Buick, de 1959. A banda não esquece os seus já tradicionais medleys e com “Roadhouse Blues” e “Rockin’ All Over the World” complementa o ritmo contagiante de “I’ll Sleep When I’m Dead”, antes de “Bad Medicine”, que exige mais coros que nunca.

Para os dois encores, de quase uma hora, foram deixadas as mais desejadas: “In These Arms”, com o vocalista a tocar nos fãs como que a recriar o vídeo da música; “Wanted Dead or Alive”, com Jon Bon Jovi a pedir ao público para erguer os seus telemóveis e com eles fazerem aparecer uma imensidão de estrelas; “Livin’On a Prayer”, “Someday’I’ll Be Saturday Night”, “These Days ” e o mais desejado de todos os temas - “Always”, a encerrar a noite.
Depois de duas horas e 50 minutos estava tudo dito e feito, e para os mais de 50 mil presentes não havia dúvidas de que tinham acabado de assistir a um dos melhores espetáculos de entretenimento atualmente em exibição. Se é verdade que para muitos fãs mais acérrimos a ausência do membro fundador, compositor e guitarrista Richie Sambora é um fator incontornável, para a maior parte dos presentes foi impossível detetar as diferenças, graças ao profissionalismo do talentoso músico de estúdio Phil X, que consegue com mestria reproduzir o som da guitarra de Sambora. Mais difícil é, sem dúvida, conseguir as harmonias vocais que caracterizam tantos clássicos da banda, mas aí entra a presença e charme que Jon Bon Jovi exerce sobre o público e que, de forma incansável, coreografa durante quase três horas.

Para o próximo dia 26 de junho, data em que os Bon Jovi irão pisar pela 3ª vez em cinco anos o palco da Bela Vista em Lisboa, espera-se assim uma noite quente, cheia de clássicos que recriam os sons mais populares das últimas três décadas: desde o Hair Metal dos anos 80, às baladas de estádio dos 90, à Pop/Rock e Country que tem caracterizado o panorama musical deste início de século. Os hinos de estádio não vão faltar e a produção promete oferecer, mesmo aos que estiverem mais distantes do palco, um espetáculo memorável. Afinal, gostando-se mais ou menos dos temas, a entrega e dedicação da banda é inegável e, como o seu vocalista diz, “Satisfaction is guaranteed”.

Pedro Pico

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