O fadista será acompanhado por José Manuel Neto, na guitarra portuguesa, Carlos Manuel Proença, na viola, e Marino de Freitas, na viola baixo, e tem como convidado especial o maestro António Victorino d’Almeida.

O maestro é o autor de várias composições interpretadas pelo fadista, designadamente no seu mais recente álbum, editado em novembro do ano passado, e do Fado do Campo Grande.

O espetáculo do criador “Por morrer uma andorinha” é apresentado pela organização como uma “viagem aos últimos 50 anos da história da música portuguesa” e insere-se na iniciativa “Lisboa Loves Fado”, que propôs “levar o Fado para novos cenários e ambientes”, tendo já apresentado programas fadistas no Museu dos Coches e no Panteão Nacional.

Carlos do Carmo é filho da fadista Lucília do Carmo e, como afirmou numa entrevista à Lusa, começou a ouvir fado ainda dentro do ventre da mãe. O criador de "Os putos", que já pisou palcos como a Ópera Antiga de Frankfurt, O Canecão, no Rio de Janeiro, ou o Royal Albert Hall, em Londres, estreou-se na casa de fados da mãe, O Faia, no Bairro Alto, em Lisboa.

Do seu repertório constam vários temas assinados por nomes como Frederico de Brito, José Carlos Ary dos Santos, Vasco Graça Moura, Nuno Júdice, Júlio Pomar, Maria do Rosário Pedreira e compositores como Victorino d’Almeida, Fernando Tordo, Nuno Nazareth Fernandes, Martinho d’Assunção e Alfredo Marceneiro, entre outros.

O primeiro disco, um EP, foi editado pela Alvorada, em 1963, com o título “Mário Simões e o seu Quarteto apresentando Carlos do Carmo”.

Ao longo da carreira, somou mais de duas dezenas de álbuns, entre antologias, registos ao vivo e de estúdio, como o mais recente, gravado com a pianista Maria João Pires.

Entre as várias distinções e prémios ao longo de 50 anos, destaca-se o Goya para a Melhor Música Original de 2008, atribuído a “Fado da Saudade”, um poema de Fernando Pinto do Amaral, interpretado na melodia tradicional Fado Menor em Versículo, atribuída a Alfredo Marceneiro.

Carlos do Carmo interpreta este tema no filme “Fados”, de Carlos Saura, um dos projetos da candidatura do fado a Património Imaterial, da qual o fadista foi um dos embaixadores, e que saiu vencedora há dois anos, na reunião da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em Bali, na Indonésia.

O criador de “O amarelo da Carris” registou várias colaborações, dentro e fora do universo fadista, nomeadamente com Camané, Marco Rodrigues, Inês Duarte, Sérgio Godinho, José Cid, Sam the Kid, Pedro Abrunhosa e Bernardo Sassetti, entre outros.

Para o musicólogo Rui Vieira Nery, com quem o criador de “Pontas Soltas” colaborou na série televisiva “Trovas Antigas, Saudade Louca”, Carlos do Carmo é o “símbolo de tradição e inovação no património do fado”.

@Lusa