O álbum em edição vinil “é, musicalmente, uma viagem de dois patéticos marinheiros que confundem o Ilhéu das Cabras com Lepanto, Galateia com Sereia”, explicaram os músicos à Lusa.

Além da edição em vinil, através da obtenção de um código, cada uma das faixas do álbum está disponível em formato MP3 para descarregar através da internet.

Os músicos referiram, como fonte de inspiração, o álbum “O cantar na m’incomoda”, (1998), de Carlos Medeiros.

O LP é uma narrativa em canções que conta a história dos dois marinheiros que “buscam todas as sereias do mundo antes de perceberem que elas são naufrágio”.

O álbum é constituído por 11 faixas nas quais “a música pop se cruza com a folk, como o Atlântico com o Mediterrâneo”, explicou a dupla.

“Os dois marinheiros somos nós, convictos de trocar as voltas às tradições atlânticas, que roubámos palavras a outros, que as usam melhor, e demos-lhes melodias da marinhagem que nunca experimentámos”, disse Pedro Lucas.

Carlos Medeiros, por seu turno, acrescentou: “Mestiçamos as músicas com outras culturas, um Magrebe imaginado, uma Andaluzia siamesa de um Algarve e várias Áfricas que deixaram de ser colónia”.

No álbum “há acordes que ligam os Açores à Ibéria, ao norte de África, há textos de Miguel de Cervantes e de Armando Côrtes-Rodrigues, entre outros”, afirmou um dos músicos.

Com o duo tocaram Ian Carlos Mendonza, Augusto Macedo, Pedro Gaspar, Mitó Mendes e Gil Alves, entre outros.

Editado pela Lovers & Lollypops, o disco inclui, entre outras, as canções “Bilhete para Filomena”, “Búzio”, “Canção do Mar Aberto”, "Fado do Marujo”, “Batalha de Lepanto” e “Ladeira da Calheta”.

Eduardo Vinhas gravou e misturou, e a masterização foi de Harris Newman, no Grey Market Mastering, em Montreal, estúdio por onde passaram nomes como Moonface, Suuns, Wolf Parade, Frog Eyes e A Silver Mt. Zion, entre outros.

“Mar aberto” é apresentado na quinta-feira, às 22h00, no Musicbox, em Lisboa.

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