“Pequeno poemário de Pessanha” resultou de uma encomenda do Coro Gulbenkian a Carrapatoso, para celebrar o seu cinquentenário, estreada no passado dia 16 de outubro, no Festival Internacional de Música de Macau.
Em declarações à Lusa, na ocasião, o maestro titular adjunto do coro, Jorge Matta, afirmou que o compositor Eurico Carrapatoso "pegou nesses poemas [de Camilo Pessanha] e visitou-os de uma maneira extraordinária, mantendo o caráter muito onírico, muito poético, muito lírico".
“São poemas com um ambiente bastante oriental, acho que isso vai ser bastante visível quando ouvirem a obra", referiu.
“A escolha de Eurico Carrapatoso deve-se ao facto de ser o compositor que mais atenção tem dado à música coral [em Portugal], e mais tem trabalhado para um coro”, disse Matta, na apresentação da Temporada de Música da Fundação, em Lisboa, em maio passado.
O concerto de quinta-feira, às 21:00, no grande auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, o Coro, acompanhado pela Orquestra Gulbenkian, será dirigido pelos maestros Michel Corboz, Jorge Matta e Paulo Lourenço e, além da peça de Carrapatoso, interpretará o Requiem, de Mozart, e “The King shall rejoice”, de Handel. Este mesmo programa é apresentado novamente na sexta-feira, às 19:00, no mesmo palco.
O Coro Gulbenkian protagoniza no sábado, às 21:30, o concerto “Coimbra: Il seicento em Santa Cruz”, na Igreja de S. Roque, em Lisboa, no âmbito da Temporada “Música em S, Roque”.
O programa deste concerto incidirá na interpretação de obras de Pedro de Cristo e de Pedro da Esperança, e ainda em vilancicos sacros inéditos, provenientes do acervo do Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, segundo informação da Fundação.
No domingo, na Fundação, “a festa [do cinquentenário] alarga-se a todos, num dia de portas abertas”, afirma a instituição, adiantando que, para celebrar a efeméride, “foram convidados vários coros, que vão atuar sucessivamente no grande auditório, a partir do meio da tarde, até à noite”.
Entre outros, participam o Coro do Teatro Nacional de São Carlos, o da Academia de Música de Santa Cecília, o Coral de Letras da Universidade do Porto, os Coros de Câmara da Escola Superior de Música de Lisboa e do Instituto Gregoriano de Lisboa e dois coros infantis, fechando a jornada o Coro Gulbenkian, dirigido por Jorge Matta.
Ainda no domingo, estão previstas “pequenas intervenções” do Coro Gulbenkian nas escadarias do “foyer” da Fundação, e “o público será convidado a participar em oficinas corais, para adultos e para crianças”.
O musicólogo Rui Vieira Nery, diretor do Programa Gulbenkian de Língua e Cultura Portuguesas, apresentará uma palestra sobre a evolução da música coral ao longo dos tempos, e será apresentado o álbum do Coro, constituído por duas obras de António Pinho Vargas.
O disco, editado pela Naxos, reúne a oratória "Judas" e o Requiem, duas obras de Pinho Vargas estreadas pelo Coro e a Orquestra Gulbenkian, respetivamente em 2004 e 2012, sob a direção de Fernando Eldoro e Joana Carneiro. A programação do aniversário completa-se com a exibição de filmes.
O Coro Gulbenkian iniciou a atividade em fevereiro de 1964 e apresentou-se, pela primeira vez, no dia 24 de maio desse ano, sob a direção de Olga Violante.
Desde 1969, o suíço Michel Corboz assumiu a responsabilidade artística desta formação, permanecendo como maestro titular.
Corboz que dirigirá o Coro, na quinta e sexta-feira próximas, volta a dirigi-lo nos dias 19, 20 e 21 de dezembro, na interpretação da oratória “Elias”, de Felix Mendelssohn.
No dia 30 “terá lugar a primeira experiência na Gulbenkian Música de um concerto participativo, modelo experimentado em Espanha com grande êxito pela Fundação La Caja”.
Deste modo, “ao Coro Gulbenkian juntar-se-ão cerca de duas centenas e meia de pessoas, que responderam ao desafio de poder cantar com o Coro Gulbenkian, lançado pelo Serviço de Música e que desde setembro passado ensaiam a monumental ‘Carmina Burana’, de Carl Orff”, estando previstas duas apresentações, ambas dirigidas por Paul McCreesh, maestro titular da orquestra, às 11:00 e às 16:00.
@Lusa
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