“O objetivo deste congresso, que se realiza pela primeira vez, é dar a conhecer nos Açores a riqueza dos grupos portugueses de folclore e, acima de tudo, das comunidades e mostrar o trabalho relevante que estão a desenvolver sobre as nossas tradições”, afirmou à Lusa Paulo Vieira, vice-presidente da Federação do Folclore Português.

Paulo Vieira explicou que o Congresso Mundial de Folclore Comunidades e Lusofonia, que decorre até terça-feira, conta com "oradores provenientes de grupos de Cabo Verde, Angola e Moçambique, Canadá, Estados Unidos e Brasil" que trazem "uma abordagem das comunidades onde estão inseridos, retratos da etnografia das suas regiões, o folclore e as suas tradições".

O responsável frisou que o folclore e as tradições portuguesas "estão fortemente enraizadas" nas comunidades portuguesas, nomeadamente nos EUA, Brasil, Canadá e ainda França, acrescentando que o movimento tem vindo "a crescer", pois os portugueses erradicados nestes países constituem uma comunidade que deu grande impulso ao movimento.

Paulo Vieria referiu que estão agregados à Federação do Folclore Português "entre 60 a 70 grupos na França, Canadá, Estados Unidos e Brasil", mas há muitos mais.

Já no país "estão associados 820 grupos na Federação, mas o movimento deverá andar à volta dos 1.500 a 1.600", segundo indicou.

O vice-presidente do organismo sustentou que os grupos de folclore "mantém vivas as tradições do pais e preservam o vasto e rico património imaterial e material", afirmando que as populações "já tem noção do património de cada grupo na sua região".

“O folclore está a caminhar para um rumo melhor. Agora é lógico que os grupos passam por muitas dificuldades, tal como o país, que está em crise, para manterem as suas sedes, os seus espaços, o seu património, mas têm conseguido porque há uma grande vantagem em manter ativos estes grupos"”, referiu.

A Federação do Folclore Português pretende repetir este género de congressos das comunidades, provavelmente com uma periodicidade "bienal ou trienal".

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