Ray Manzarek morreu na segunda-feira, aos 74 anos, na Alemanha, vítima de cancro.

Em comunicado, Rui Pedro Silva, autor da biografia "Contigo torno-me real" e do livro "Caravana Doors", ambos sobre a banda de Jim Morrisson, afirma que a morte de Manzarek é "uma perda irreparável que prova que nas bandas de qualidade cada membro é mesmo insubstituível".

"Nos Doors firmou a sua imagem de marca a tocar órgão com a mão direita, enquanto com a mão esquerda reproduzia as linhas de baixo num Fender Rhodes. (...) Um virtuoso que espantou muita gente, por ter preterido a presença de um baixista em palco", recorda o investigador português.

Em 2002, Ray Manzarek reuniu-se com o guitarrista Robby Krieger para recuperarem os trabalhos da banda que ficou na história através do vocalista Jim Morrison (que morreu aos 27 anos) e os vários álbuns, que venderam mais de 100 milhões a nível mundial.

Desde então, os dois membros fundadores da banda, em conjunto com o vocalista dos The Cult, Ian Astbury, passaram por Portugal, pelo menos, três vezes, atuando no Pavilhão Atlântico e no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e no Festival Marés Vivas, em Vila Nova de Gaia.

"O que a maioria das pessoas desconhece é que Ray Manzarek era muito mais que o brilhante organista dos Doors. Cantava, era produtor, teve outras bandas como os Nite City, fazia parcerias com outros artistas, era um brilhante realizador de cinema, escritor de sucesso", elencou Rui Pedro Silva.

O autor português conheceu Ray Manzarek em Paris, em 2001, contou com a participação do músico no livro "Contigo torno-me real" e ilustrou fotograficamente o álbum de poesia e música "Freshly dug", do músico dos Doors e de Darryl Read.

"Deixei com o Ray projectos inacabados, guardo as melhores recordações do músico e do amigo", rematou Rui Pedro Silva.

@Lusa