Na véspera da final do Festival da Eurovisão, a decisão dos organizadores do evento de impedir que o presidente ucraniano Volodimir Zelensky transmitisse um vídeo durante o concurso despertou inúmeras críticas no Reino Unido, país anfitrião nesta edição.
"Os valores e liberdades defendidos pelo presidente Zelensky e o povo ucraniano não são políticos, mas fundamentais", declarou um porta-voz do primeiro-ministro Rishi Sunak, afirmando que o governo britânico está "decepcionado" pela decisão.
A União Europeia de Radiodifusão (UER), organizadora do festival da Eurovisão, anunciou na noite de quinta-feira que rejeitou o pedido do presidente ucraniano para participar com uma mensagem em vídeo durante a final.
"O pedido de Zelensky para se dirigir ao público do Festival Eurovisão da Canção, embora feito com intenções louváveis, infelizmente não pode ser atendido, pois violaria as regras do evento", sublinhou a União Europeia de Radiodifusão (EBU), que organiza o concurso.
"Um dos pilares da competição é a natureza apolítica do evento. Este princípio proíbe declarações políticas ou similares durante a competição", acrescentou a organização, citada pela agência France-Presse (AFP).
No ano passado, a Ucrânia foi a vencedora do Festival Eurovisão da Canção, com “Stefania” da Kalush Orchestra. Por isso, deveria acolher este ano o concurso, mas a guerra que assola o país, acabou por levar a organização a decidir que seria o Reino Unido, segundo classificado, o país anfitrião.
"O primeiro-ministro acha que seria correto que o presidente Zelensky falasse durante o evento", insistiu o porta-voz de Sunak. Segundo ele, os próprios organizadores do festival decidiram retirar a Rússia do concurso no ano passado, por consequência da ofensiva na Ucrânia.
A Rússia continua vetada, enquanto os deputados britânicos levantaram preocupações sobre possíveis ataques virtuais de hackers pró-Rússia durante o evento, como foram acusados de fazer no ano passado.
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