Na terça-feira, o dia da cerimónia de abertura, o Festival de Cinema de Cannes decidiu demonstrar o seu apoio à Ucrânia.

A programação especial apresentará três filmes dedicados à guerra, incluindo um retrato do presidente Volodymyr Zelensky e um documentário sobre as linhas de frente, que será exibido no Palais des Festivals, anunciaram os organizadores na sexta-feira.

"Este Dia da Ucrânia serve como uma oportunidade para relembrar o compromisso de artistas, autores e jornalistas em registar este conflito no coração da Europa, que afeta o povo ucraniano e o mundo há três anos", afirmaram em comunicado.

Um retrato do presidente Volodymyr Zelensky

Este "Dia da Ucrânia", em colaboração com a France Télévisions, a patrocinadora Brut e a Câmara Municipal de Cannes, apresenta a programação de três filmes dedicados à guerra no Palais des Festivals, incluindo um retrato do presidente Volodymyr Zelensky, uma reportagem da frente de batalha, filmada entre fevereiro e abril de 2025 por Bernard-Henri Lévy, e uma imersão num pelotão do exército por um documentarista ucraniano.

"Esta programação serve para recordar o compromisso do Festival de Cinema de Cannes e a sua capacidade de contar os desafios do mundo, que são os do nosso futuro, através do cinema. Ao unir forças, a France Télévisions, a Brut e o Festival de Cinema de Cannes afirmam a sua vontade de amplificar as vozes daqueles que testemunham as realidades contemporâneas e estão comprometidos com a verdade", destacam os organizadores.

Recusa em receber "representantes oficiais russos"

O Festival de Cinema de Cannes demonstra o seu apoio à Ucrânia desde a invasão russa em 2022. Em maio desse ano, o presidente Zelensky fez um discurso surpresa em vídeo de Kiev na cerimónia de abertura, evocando o espírito de Charlie Chaplin face à guerra.

O Festival anunciou que, enquanto a guerra durasse, se recusaria a receber "autoridades russas, agências governamentais ou jornalistas que representassem a linha oficial russa".

Este ano, o cineasta ucraniano Sergei Loznitsa concorre com "Deux procureurs" ("Dois Procuradores", em tradução literal), um filme sobre as purgas estalinistas que promete fazer eco na atualidade, e russo exilado Kirill Serebrennikov foi selecionado na secção Cannes Première por "La disparition de Josef Mengele" ("O Desaparecimento de Josef Mengele").