“Vivemos numa sociedade onde a cultura e as associações culturais dependem de todos. Ninguém está na cultura sozinho e sozinho ninguém faz cultura, e é por isso que precisamos de uma verdadeira rede, de uma teia entrelaçada, onde todos seguram todos, e, por isso, somos mais fortes”, refere Carlos Bernardo numa carta aberta hoje divulgada, com o título “A Cultura Chora”.

Na missiva enviada à agência Lusa, o dirigente do Teatro Escola Velha de Gouveia, propõe, como uma das soluções possíveis para o setor cultural da região, “a construção de uma rede unificadora e construtiva, orientada para o bem e para o crescimento de todos os que a integrem”.

“Com as autoridades competentes (Câmaras Municipais, Juntas de Freguesias, Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, etc.) a criar uma verdadeira teia, que leve o que cada um de nós - associação cultural - tem e faz de melhor a qualquer lugar”, defende Carlos Bernardo.

Na carta aberta acrescenta: “Cada um por si pode ter dificuldade em chegar onde ambiciona, mas todos juntos seremos o reflexo do bom trabalho em equipa, que pode levar a lugares inimagináveis, para alguns, e inalcançáveis para outros. A ser possível, todos ganharíamos e garantimos que ninguém sairia a perder”.

Carlos Bernardo assegura que o Escola Velha “esteve, está e estará para o que for preciso. Está e estará para lutar pela Cultura”.

No documento, o responsável refere que o ano de 2021 era “esperado ansiosamente, com tanta esperança, com tanta expectativa”, mas, “infelizmente”, bastaram 15 dias para perceber “que pouco mudou”.

Devido à pandemia, a cultura “fechou para artistas e para técnicos, para amadores e para profissionais”, e “ficou mais pobre, não só de dinheiro, mas de calor humano, de vivências partilhadas, de experiências comuns, de tudo”, acrescenta.

“Num ano em que quase tudo ficou por fazer [2020], vem aí mais um que não se antevê muito diferente. Sem espetáculos, sem público e, não menos importante, sem dinheiro. Sabemos perfeitamente que a nova realidade nos obrigou a encarar este trabalho de uma forma diferente, mas também sabemos que não queremos, melhor, que não podemos desistir. E não desistiremos. Queremos ser parte da solução e não do problema”, lê-se na carta aberta.

O presidente da direção do Teatro Escola Velha de Gouveia escreve ainda que “a cultura em geral e as associações culturais em particular, não querem desistir, e tudo farão para continuar ativas”.

Em outubro de 2020, o Governo atribuiu o estatuto de utilidade pública ao grupo Escola Velha - Produções Culturais - Teatro de Gouveia, pelas suas “relevantes atividades de interesse geral no âmbito da cultura”.

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