A delegação portuguesa, que contou com os músicos David Fonseca e Francisco Maia Pereira (D.A.M.A.), os principais produtores musicais nacionais, membros das direções da Associação Fonográfica Portuguesa (AFP) e AUDIOGEST, conversou com Carlos Moedas e Olivia Regnier,  diretora do escritório Europeu da Federação Internacional da Indústria Fonográfica, sobre a situação atual da distribuição digital de conteúdos.

Segundo a Universal Music, a reunião centrou-se nas medidas legislativas anunciadas no passado dia 14 de setembro pela Comissão Europeia. Para a AUDIOGEST e a AFP as propostas são "um primeiro passo muito positivo para a resolução da questão denominada de 'Value Gap' que se traduz numa inversão da cadeia de valor que prejudica criadores, intérpretes, produtores e todos aqueles que investem na criação e na cultura, em benefício de algumas plataformas".

"O que está em causa é o facto de algumas grandes plataformas de serviços digitais em que o conteúdo é carregado pelo utilizador (‘user upload content’), reivindicarem o estatuto de 'intermediários passivos' para não serem abrangidas pelas regras aplicáveis aos direitos de autor e conexos quando, de facto, têm um papel ativo na distribuição de música", explica a Associação Fonográfica Portuguesa, citada pela Universal.

Já Carlos Moedas sublinhou que "as tecnologias digitais mudaram a forma como a música, os filmes, a TV, a rádio, os livros e a imprensa são produzidos, distribuídos e colocados à disposição do público". "Novos serviços em linha como a música, plataformas de vídeo a pedido e novos agregadores de notícias, tornaram-se muito populares, e os consumidores esperam cada vez mais ter acesso aos conteúdos culturais em movimento e através das fronteiras. Esta nova realidade não impede que qualquer trabalho criativo deve ser remunerado de forma justa, seja ele divulgado em linha ou não", defendeu o Comissário Europeu.