O mural, com cerca de vinte metros de comprimento, é composto por vários conjuntos de traços, como os que os prisioneiros pintam para contar os dias de cárcere, que se assemelham a barras das celas. Num desses conjuntos, que representam os dias de prisão de Zehra Dogan, surge o rosto da jovem turca, agarrada a duas grades, uma das quais assemelhando-se a um lápis.
De acordo com o grupo de defesa dos Direitos Humanos PEN International, a artista e jornalista turca foi condenada em março do ano passado por “propaganda para uma organização terrorista”.
Banksy, numa publicação na sua página oficial na rede social Instagram, escreveu que Zehra Dogan “foi condenada a quase três anos de prisão por ter pintado uma única imagem”.
No canto inferior direito do mural lê-se: “Libertem Zehra Dogan”.
Na origem da condenação de Zehra Dogan está uma pintura da cidade turca de Nusaybin, no sudeste maioritariamente curdo da Turquia, destruída pelas forças governamentais turcas. A pintura foi feita a partir de uma fotografia, onde se vê várias bandeiras turcas suspensas em edifícios destruídos.
A imagem foi projetada na quinta-feira à noite no mural que Banksy pintou em Nova Iorque.
A pintura foi feita num muro celebrizado por vários artistas ligados ao ‘graffiti’, no cruzamento da Houston Street com Bowery, na zona de Manhattan.
A ‘Parede Mural de Bowery’, tem acolhido, desde finais dos anos 1970, trabalhos de, entre outros, o norte-americano Keith Haring, os brasileiros Os Gémeos e o francês JR.
Nos últimos dias, Banksy, cuja verdadeira identidade é desconhecida, criou uma outra obra em Manhattan: um rato, figura frequente nos trabalhos do artista, a correr num relógio situado num prédio, que vai ser demolido, num cruzamento da Sexta Avenida e a Rua 14.
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