Esta semana, a organização anunciou a afluência de público, sublinhando que o número ultrapassou a afluência de 2018, na edição pré-pandemia, durante quase seis meses de abertura com a presença dos pavilhões nacionais e a exposição geral.

Os números da 17.ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza foram contabilizados desde 22 de maio, data da inauguração ao público, até ao último fim de semana de 13 e 14 de novembro, seis dias antes do fim deste evento com a participação de 63 pavilhões nacionais.

Intitulado “Wetland”, o pavilhão dos Emirados Árabes Unidos, com curadoria de Wael Al Awar e Kenichi Teramoto, conquistou nesta edição o Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza para as representações nacionais.

Nesta edição da bienal, a pergunta lançada aos participantes e ao público pelo curador-geral foi "Como vamos viver juntos?", numa reflexão a cinco escalas: o corpo humano, o agregado familiar, as comunidades, a dimensão territorial e o planeta.

O Pavilhão dos Emirados Árabes Unidos venceu com uma estrutura em larga escala, resultado de um protótipo de um novo tipo de cimento, composto por lixo industrial reciclado, criado propositadamente para reduzir o impacto negativo da indústria mundial da construção.

À pergunta do curador da bienal - "Como vamos viver juntos?" -, a representação portuguesa respondeu com o projeto "In Conflict", do coletivo de arquitetos depA, do Porto, com uma exposição e vários debates sobre a relação entre a arquitetura portuguesa e as questões de habitação, desde a Revolução de Abril de 1974 até à atualidade.

O espaço oficial de Portugal esteve novamente, este ano, no Palazzo Giustinian Lolin, que é a sede da Fundação Ugo e Olga Levi, ocupando dois pisos do edifício, um dos quais para os debates e o outro para a exposição, com sete núcleos dedicados a outros tantos processos e casos de arquitetura de habitação em Portugal.

Nesses sete núcleos foram revisitados, por exemplo, os projetos habitacionais das torres do bairro do Aleixo (Porto), o conjunto habitacional Cinco Dedos em Chelas (Lisboa), o plano de pormenor da Aldeia de Luz, no Alentejo, e a reconstrução de casas destruídas pelos incêndios de 2017 (Figueiró dos Vinhos, Pampilhosa da Serra e Pedrógão Grande).

Apesar do encerramento do evento, o projeto português vai continuar acessível ao público no sítio oficial, e também com os nove debates realizados disponíveis na rede social Youtube.

Esta semana, a Direção-Geral das Artes, responsável pela organização da representação oficial portuguesa nas bienais de Veneza, emitiu um comunicado no qual assinalava que o projeto "In Conflict" "contou com um positivo reconhecimento por parte do público e um franco acolhimento pela imprensa nacional e internacional, numa edição ainda constrangida pelos impedimentos nas deslocações internacionais", sem indicar números.

"Esta data marca também o momento de despedida do Palazzo Giustinian Lolin, da Fundação Ugo e Olga Levi, sede do Pavilhão de Portugal em três edições da Bienal de Veneza, duas de arquitetura e uma de arte, desde 2018", como anunciou a ministra da Cultura Graça Fonseca, na inauguração oficial da exposição.

O novo espaço para os próximos três anos será o Palácio Franchetti, dada a sua localização e características, escolhidas para garantir uma melhor visibilidade e acessibilidade para a representação futura de Portugal.

Do mundo lusófono, a dupla de arquitetos portugueses Manuel e Francisco Aires Mateus e a arquiteta angolana Paula Nascimento - uma das criadoras do projeto do Pavilhão de Angola da Bienal de Arte de Veneza 2013, vencedor do Leão de Ouro - estão a apresentar projetos na exposição coletiva da Bienal de Arquitetura de Veneza, a convite do curador geral.

Estas participações – à parte das 63 nacionais - fizeram parte de uma exposição internacional coletiva com 114 participantes de 46 países, dividida em seis núcleos, dispersa por várias zonas de Veneza.

O Leão de Ouro deste ano para a melhor participação na exposição internacional foi atribuído a "Raumlaborberlin", de Berlim, na Alemanha, resultado de um projeto de um coletivo de arquitetos alemães, suíços e italianos, designado por Instances of Urban Practice e composto por Andrea Hofmann, Axel Timm, Benjamin Foerster-Baldenius, Christof Mayer, Florian Stirnemann, Francesco Apuzzo, Frauke Gerstenberg, Jan Liesegang e Markus Bader.

O Leão de Prata para o melhor talento emergente na exposição internacional foi para a Foundation for Achieving Seamless Territory (FAST), entidade resultante de uma iniciativa dos Países Baixos e dos Estados Unidos, com o projeto "Watermelons, Sardines, Crabs, Sands, and Sediments: Border Ecologies and the Gaza Strip", resultado de uma pesquisa na Faixa de Gaza, com o contributo do engenheiro palestiniano Amir Qudaih e da sua família.

Também foi entregue uma menção especial ao Cave_bureau, de Nairobi, Quénia, pelo projeto "The Anthropocene Museum: Exhibit 3.0 Obsidian Rain", criado por Kabage Karanja, e Stella Mutegi, com a colaboração de Densu Moseti.

Nesta edição, foi homenageada, por iniciativa do curador-geral Hashim Sarkis, a arquiteta e designer italiana Lina Bo Bardi (1914-1992), que viveu no Brasil, onde se naturalizou, e criou uma fundação com o seu nome, que nesta edição, a título póstumo, recebeu um Leão de Ouro especial.

O júri deste ano foi presidido pela arquiteta japonesa Kazuyo Sejima, Prémio Pritzker de 2010, e ainda composto por Sandra Barclay (Peru), Lamia Joreige (Líbano), Lesley Lokko (Ghana-Escócia) e Luca Molinari (Itália).

A Bienal de Arquitetura de Veneza 2021 decorreu essencialmente nas zonas dos Giardini, no Arsenale e no Forte Marghera, em Veneza.

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