"A Bienal rejeita, enquanto esta situação persistir, qualquer forma de colaboração com aqueles que implementaram ou apoiam um ato de agressão de gravidade sem precedentes", alertou, referindo-se à invasão russa da Ucrânia.
"Por isso, não aceitará a presença de delegações oficiais, instituições e personalidades ligadas ao governo russo em suas manifestações", disse a entidade em comunicado.
A Bienal, fundada em 1895 e subsidiada pelo governo, organiza todos os anos uma série de importantes exposições internacionais de arte, entre as mais prestigiadas do mundo, além de arquitetura e o Festival de Cinema de Veneza.
No comunicado, a Bienal ressalta que não discriminará artistas de acordo com o país de origem, mas sim aqueles que aprovam ou colaboraram com atos que vão contra a convivência pacífica dos povos.
"Para aqueles que se opõem ao atual regime na Rússia, haverá sempre um lugar nas exposições, da arte à arquitetura, bem como em seus festivais, do cinema à dança, passando pela música e pelo teatro", diz o comunicado.
O curador e os artistas selecionados para o pavilhão russo na Bienal de Arte de Veneza renunciaram na terça-feira em protesto contra a invasão russa da Ucrânia, um gesto que as autoridades venezianas elogiaram pela coragem.
Os organizadores asseguraram ainda no comunicado que "estão a colaborar e vão continuar a colaborar" para garantir a presença dos artistas e curadores do pavilhão ucraniano da Bienal de Arte, que abre a 23 de abril.
"Estamos fortemente comprometidos com isso, apesar da trágica situação na Ucrânia", enfatizaram.
Como outras instituições culturais europeias, incluindo o Teatro La Scala de Milão, a Bienal de Veneza exige que os artistas participantes dos seus eventos condenem a invasão russa da Ucrânia.
"A Bienal de Veneza não fechará a porta àqueles que defendem a liberdade de expressão e se manifestam contra a ignóbil e inaceitável decisão de atacar um Estado soberano e sua população indefesa", destacou.
Um total de 80 países participarão com pavilhões próprios. Sob o lema "O leite dos sonhos", com curadoria da italiana Cecilia Alemani, a exposição, que será encerrada a 27 de novembro de 2022, também exibirá obras de 213 artistas convidados de 58 países, com 1433 mostras.
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