A indústria do entretenimento, nomeadamente o mundo da música, tem sido afetada pela pandemia da COVID-19, multiplicando-se os cancelamentos ou adiamentos de espetáculos. Na sua conta no Facebook, Capicua partilhou um texto sobre a arte e o seu papel durante a quarentena.

"Sei que agora o mais importante é o combate à pandemia e que a saúde está sempre em primeiro lugar, mas quando tudo isto passar... pensem em quem vos acompanhou na quarentena. Pensem em quem vos aligeirou o medo. Quem vos reconfortou a alma e quem vos fez dançar, sorrir, pensar noutra coisa, sentir o espírito da liberdade", começou por escrever a artista.

"Pensem em quem é sempre solidário com as causas importantes e se prontifica a fazer espectáculos para angariar fundos, a divulgar petições e apoiar campanhas para ajudar quem mais precisa", lembra Capicua, frisando que é fundamental que sejam tomadas medidas: "E depois pensem como as medidas (que começam a ser anunciadas) de cancelamento de espetáculos até ao final do ano e a transferência de verbas municipais alocadas à cultura para o combate à pandemia (e que parecem, à primeira vista, muito sensatas) podem matar à fome toda essa multidão de românticos que vos alimenta o espírito".

"Lembrem-se dos milhares de famílias que dependem dos espetáculos para alimentar o corpo e saibam que vamos precisar muito da vossa solidariedade", acrescenta.

"É que se para muitos é 'só' entretenimento, e pode até parecer supérfluo em tempos de epidemia e crise económica, para nós (artistas, técnicos, pessoal de palco, agências e estruturas culturais) é mesmo uma questão de sobrevivência. Pão na mesa, mesmo", remata.