O arquiteto Álvaro Siza, a escritora Ana Luísa Amaral, os realizadores Catarina Vasconcelos e Miguel Gomes, o ilustrador André Carrilho e o fotojornalista da agência Lusa Nuno André Ferreira estão entre os portugueses distinguidos a nível internacional em 2021.
Cinema e literatura mobilizam a maioria dos prémios atribuídos, mas uma das principais distinções visa o Museu de Arte e Educação de Ningbo, na China, um projeto do arquiteto Álvaro Siza com Carlos Castanheira, que conquistou o Prémio Edifício do Ano de Arquitetura Cultural, da plataforma Archdaily.
Na literatura, a carreira da poetisa Ana Luísa Amaral foi distinguida com o 30.º Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana, do Património Nacional Espanhol e da Universidade de Salamanca, tornando-se na terceira autora portuguesa a receber o galardão, depois de Sophia de Mello Breyner (2003) e Nuno Júdice (2013), e na quarta autora lusófona distinguida, numa lista que inclui o brasileiro João Cabral de Melo Neto (1994).
O poeta João Luís Barreto Guimarães, por seu lado, venceu o Willow Run Poetry Book Award, nos Estados Unidos, com a obra "Mediterrâneo", enquanto o escritor António Mega Ferreira obteve o Prémio Roma-Lisboa, outorgado pela Embaixada de Itália em Portugal e a Fundação Prémio Roma.
O ilustrador André Carrilho conquistou o Grande Prémio da competição internacional Hiii Illustration, na China, com o livro para a infância "A menina com os olhos ocupados".
Em Bolonha, a Feira do Livro Infantil e Juvenil distinguiu o livro "Tipos curiosos", de Ricardo Henriques e Madalena Matoso, com uma menção especial de melhor livro informativo de não ficção.
O projeto editorial Akiara Books, fundado em Barcelona pela editora portuguesa Inês Castel-Branco, foi premiado pela Câmara do Livro da Catalunha.
No cinema, o filme "A Metamorfose dos Pássaros", de Catarina Vasconcelos, chegou em outubro às salas, com mais de dezena e meia de distinções obtidas desde a estreia, no Festival de Berlim, em 2020. Alguns desses prémios foram obtidos este ano, e são sobretudo da crítica e de melhor longa-metragem ou documentário.
Entre eles estão o Prémio Especial do Júri e o Prémio do Público do festival de cinema One World, da Roménia, dois prémios no Festival Panorama Internacional - Coisa de Cinema, de Salvador da Bahia, no Brasil, e o Prémio de Melhor Documentário, no festival de Vitória, no Canadá.
"Listen", de Ana Rocha de Sousa, que iniciou a carreira com seis prémios no festival de Veneza, em 2020, deu este ano a Lúcia Moniz o prémio de Melhor Interpretação, no Raindance Film Festival, o principal certame de cinema independente do Reino Unido.
O realizador Miguel Gomes venceu o Prémio Especial na 11.ª edição do Festival de Cinema Independente Márgenes, de Madrid, em Espanha.
Dois filmes portugueses, de Carlos Conceição e de João Rosas, foram também premiados no 18.º Festival de Cinema de Brive, em França: "Um Fio de Baba Escarlate", de Carlos Conceição, foi eleito o melhor filme pelo júri de jovens "Jeunes e la Corrèze", e "Catavento", de João Rosas, teve uma menção especial.
“Dream Big”, sobre Neemias Queta, o primeiro basquetebolista português a chegar à NBA, foi premiado no Mesa International Film Festival, dos EUA, como Melhor Documentário, enquanto “Zé Pedro Rock’n’Roll” levou o prémio Indian’s Pick, do certame, depois de eleito Melhor Documentário do LA Punk Film Festival.
"Fantasmas: Caminho longo para casa", de Tiago Siopa, venceu o prémio Doc Alliance 2020, da rede internacional de festivais europeus do documentário.
“Elo”, de Alexandra Ramires, foi outro dos filmes portugueses premiados em 2021, ao obter o Quirino de Melhor Desenvolvimento Visual, da Liga Ibero-Americana de Animação.
A série documental “Deus Cérebro” da RTP recebeu o Grande Prémio Internacional da União Internacional de Rádio e Televisão.
Na música, destaca-se Nuno Casais, que venceu um concurso promovido pela banda norte-americana Imagine Dragons, enquanto os Lisboa String Trio, o músico Syro e os The RedBeds estão entre os vencedores dos Prémios Internacionais de Música Portuguesa (IPMA, na sigla em inglês) criados na cidade de New Bedford, nos EUA, para reconhecer a música da lusofonia.
O Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra (GEFAC) foi distinguido nos Prémios Europeus do Património Cultural Europa Nostra, na área de Serviço Dedicado ao Património.
Na dança, o bailarino António Casalinho venceu o Prémio de Interpretação Contemporânea e a principal bolsa da competição internacional do Prix de Lausanne, na Suíça.
E o fotojornalista Nuno André Ferreira, da agência Lusa, conquistou o terceiro lugar na categoria Spot News dos prémios World Press Photo, com um trabalho sobre os incêndios, em Oliveira de Frades.
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