O espetáculo está inserido na segunda edição do Festival Transborda - Mostra Internacional de Artes Performativas, que começou a 17 de fevereiro e decorre até 12 de março, com artistas e curadores portugueses e de outras culturas, em teatros e outros espaços culturais da cidade.

De acordo com a organização, a performance, em estreia em Portugal, estará em palco com a interpretação de trinta bailarinos de nacionalidade portuguesa, moçambicana, francesa, italiana, polaca, brasileira, inglesa e uruguaia, indicou à agência Lusa fonte da organização do festival.

"Barricada" refere-se às táticas populares de insurreição que surgiram no século XVI, de "estruturas improvisadas construídas como um movimento de confronto, mas também como espaço de proteção para uma determinada comunidade", contextualiza a sinopse do espetáculo.

"Uma figura coreográfica na qual um conjunto de corpos encadeados se articula e desarticula para marcar um momento no tempo e no espaço, questionando noções de autonomia para deslocar identidades e friccionar fronteiras", acrescenta.

Marcelo Evelin quis refletir e levar a palco a essência destas estruturas, "essencialmente coletivas, feitas de aglomeração improvisada de qualquer material, que deixam suas funcionalidades para formar um organismo único e plural".

O espetáculo, que se estreia no sábado, na Casa Municipal da Juventude de Cacilhas, resulta de um projeto que o coreógrafo Marcelo Evelin e a Plataforma Demolition Incorporada têm vindo a desenvolver desde janeiro de 2019, na Bélgica, em França, Espanha, Japão, Brasil e Portugal.

Bailarino, coreógrafo e investigador, Marcelo Evelin vive entre Teresina, no Brasil, e Amesterdão, nos Países Baixos, e tem trabalhado também no Japão, e em vários países da Europa como artista independente, à frente da Plataforma Demolition Incorporada, baseada no CAMPO, um espaço de Residência e Resistência das Artes Performáticas em Teresina, no Piauí, Brasil.

Entre outros, criou os espetáculos "De Repente Fica Tudo Preto de Gente", "Batucada" e "A Invenção da Maldade".

O Festival Transborda apresenta espetáculos, oficinas, performances e conversas dedicadas à criação de dança contemporânea, à partilha artística e à difusão de trabalhos performativos movidos pelo desejo de experimentação e de exceder fronteiras.

Com coorganização da Casa da Dança e Núcleo de Artes Performativas de Almada, o evento conta com os apoios da Câmara Municipal de Almada e da República Portuguesa - Cultura/Direção-Geral das Artes.

Nesta segunda edição, a mostra apresenta nomes como Vera Mantero (Portugal), Marcelo Evelin (Brasil/Holanda), Vania Vaneau (Brasil/França) ou Volmir Cordeiro (Brasil/França), e decorre em espaços como o Teatro Municipal Joaquim Benite, o Auditório Osvaldo Azinheira ou a Casa Municipal da Juventude, em Cacilhas.