Apesar do cancelamento deste primeiro momento do festival - que apresenta dezenas de espetáculos de artes performativas, cinema, música e artes visuais em vários espaços de Lisboa -, a organização pretende "fazer tudo o que puder" para o apresentar na segunda data, prevista para outubro e novembro deste ano.

No ano passado, Mariana Brandão, diretora do certame, tinha revelado à agência Lusa que o festival iria decorrer - pela primeira vez - dividido em dois momentos para "articular-se com o calendário da oferta cultural da capital".

Para este primeiro momento, entre 22 de maio e 7 de junho, estavam previstos, entre outros, os espetáculos "Cicerone", de Tiago Cadete, "O último voo do Kauai 'O'o", de André Loubet, João Estima e Rita Delgado, "Mappa Mundi", de Joana Verona e Eduardo Prada, "A Parede", de Alexandre Pieroni Calado e Paula Garcia, "O que veem as nuvens", de Ricardo Vaz Trindade, "Memorial", de Ligia Soares, e "Livro: Poema-Livre", de Sara Vaz e Marco Balesteros.

De acordo com a organização, a ideia é tentar apresentar estes espetáculos no segundo momento do certame: "Queremos apresentá-la [a segunda parte] de qualquer maneira, porque mesmo no caso das diversas estreias absolutas, o trabalho está na recta final. O grande investimento já foi feito. Os artistas já fizeram o que tinham de fazer, os nossos outros parceiros acolheram com empenho essas propostas e investiram também", aponta, num comunicado publicado no site do festival fundado por António Câmara Manuel.

Com as restrições sanitárias exigidas para enfrentar a pandemia e o cancelamento dos espetáculos, a organização afirma que vai ter de "fazer mais": "Vamos ter de unir esforços para conseguir apresentar as peças em suspenso, e tentaremos juntá-las no segundo momento deste Temps d'Images. Melhor ainda se pudermos repensar objectivos, escalas, propósitos e interesses".

Em 2020, ano em que iria festejar a sua maioridade, o certame, que cruza várias artes e começou como uma rede europeia de programação, mantém a esperança de se adaptar às novas circunstâncias.

No ano passado, o festival apresentou vinte espetáculos, nove em estreia absoluta, e deu carta-branca ao músico Paulo Furtado para celebrar a cinematografia nacional do século XXI.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da COVID-19, já infetou cerca de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).

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