Os dois concertos que o tenor italiano Andrea Bocelli vai apresentar em Coimbra, na sexta-feira e no sábado, “deverão ter lotação esgotada”, segundo previsões assumidas hoje pela empresa promotora.
O diretor executivo da Memories of Tomorrow (MOT), Tiago Castelo Branco, disse à agência Lusa que a capacidade admitida para o Estádio Cidade de Coimbra é de 13.450 espetadores, em cada dia, com cumprimento das regras sanitárias fixadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS), face à pandemia da COVID-19.
“A nossa expectativa é que a lotação muito rapidamente esteja esgotada nos dois dias”, adiantou, frisando que a DGS emitiu um “parecer específico” para este evento, ficando os presentes dispensados de realizar testes à COVID-19, embora o possam realizar, querendo, “como medida extra de mitigação”.
Entretanto, a organização está a recomendar aos espectadores que “preencham um formulário para efeitos de controlo e vigilância epidemiológica", com a certeza de que “o tratamento de dados será totalmente confidencial” e “todos serão eliminados” 14 dias após o concerto.
Andrea Bocelli deveria ter atuado em Coimbra, no dia 4 de julho de 2020, no âmbito das festas da cidade, mas o concerto foi cancelado devido à pandemia, que chegara a Portugal em março.
A DGS concordou com a sua realização em novas datas, na condição de ser repartido por dois dias, com 13.450 pessoas de cada vez, num estádio de futebol cuja capacidade máxima ronda os 30 mil lugares.
“Há uma elevadíssima procura de bilhetes, fomos abrindo setor a setor”, o que exige “uma logística bastante complexa”, indicou Tiago Castelo Branco à Lusa.
O promotor do evento lembrou que “não haverá intervalo” e que não funcionarão os serviços de bar e cafetaria, devendo a saída das pessoas do Estádio Cidade de Coimbra, junto à igreja de São José, ser efetuada “de forma controlada e por setores”.
Foram “vendidos muitos bilhetes” também para outros países, 54 no total, sobretudo, depois de Portugal, Espanha, França, Bélgica, Rússia, Itália, Alemanha, Reino Unido e Brasil, salientou.
Tiago Castelo Branco prevê, porém, que “algumas centenas” de pessoas que já tinham adquirido os ingressos não possam comparecer por razões diversas, designadamente restrições à circulação no mundo ou outras relacionadas com a pandemia.
Os espectadores terão de usar máscara e serão sujeitos a medição da temperatura à entrada do estádio, onde dispõem de vários pontos com álcool gel para desinfetar as mãos.
No caso destes concertos, como a venda de bilhetes já se encontrava iniciada, à data da atualização da norma que veio impor a obrigatoriedade de testes à covid-19, nos eventos culturais, a partir de um determinado número de espectadores, não têm estes de ser realizados, seguindo a promotora as recomendações da DGS para o evento.
A norma emitida pela DGS, há uma semana, no âmbito Estratégia Nacional de Testes para a SARS-CoV-2, relativa à realização de testes à covid-19 nos eventos culturais, quando o número de espectadores for superior a mil, em espetáculos ao ar livre, e a 500, em espaços fechados, foi definida como obrigatória, de seguida, pela Inspeção-Geral das Atividades Culturais (IGAC).
“A Direção-Geral da Saúde (DGS) procedeu à atualização da Norma n.º 019/2020, de 14/06/2021, sobre a Estratégia Nacional de Testes para SARS-CoV-2, da qual decorre ser obrigatória a realização de rastreios laboratoriais nos eventos de natureza cultural aos participantes/espectadores, sempre que o número de participantes/espectadores seja superior a 1000, em ambiente aberto, ou superior a 500, em ambiente fechado”, definiu a IGAC, num comunicado divulgado a 16 de junho.
De acordo com esta entidade, “para os eventos de natureza cultural, cuja venda de bilhetes já se encontre iniciada à data da atualização da norma em questão [com mais de mil espectadores em espaços ao ar livre e mais de 500 em espaços fechados], é recomendado que o promotor avalie a possibilidade da realização de rastreios laboratoriais”.
Comentários