"É importante reerguer as condições para que os artistas e demais profissionais associados à edição de 2020 do festival retomem a sua atividade, querendo e podendo fazê-lo", afirmaram o diretor artístico do Cumplicidades, Francisco Camacho, e o curador desta edição, André Guedes, em comunicado.

A programação da terceira edição do Cumplicidades tinha arrancado em março, dias antes de decretadas as medidas de contenção da pandemia da COVID-19, e acabou por ficar suspensa até agora.

"Este tempo veio expor mais cruamente as difíceis condições de subsistência da maioria de quem faz a dança acontecer no país. A precariedade que assola o meio artístico ficou patente no contexto desta emergência", sublinharam os programadores do Cumplicidades.

O festival é retomado a 23 de setembro com a conferência dançada "Your teacher please", de Ana Rita Teodoro, no Largo de Residências, e com "Framework", de Mário Afonso, e "Kama", de Ana Renata Polónia, no espaço CAL - Primeiros Sintomas.

Haverá programação entre setembro e outubro, "em articulação com as entidades parceiras", e um novo momento de eventos entre fevereiro e março de 2021.

É para esse segundo momento que são remetidos os espetáculos dos anos 1930 "Chronicle", de Martha Graham, e "A mesa verde", de Kurt Jooss, ambos pela Companhia Nacional de Bailado, e a estreia de "Mina", de Carlota Lagido.

O Cumplicidades tem, a cada edição, um programador diferente para que o festival apresente "um olhar renovado sobre o panorama criativo na área da dança", explica o diretor artístico.

Este ano o programa foi desenhado por André Guedes, com as performances ligadas pela reflexão sobre o que é nacional ou internacional, por causa da "diversidade de linguagens, biografias, cronologias e distintas geografias dos artistas" convidados.

O Festival Internacional de Dança Contemporânea de Lisboa - Cumplicidades é uma iniciativa da estrutura cultural Eira, de Francisco Camacho, e conta com parcerias com, entre outros, o Teatro do Bairro, a Biblioteca de Marvila e o Museu de Lisboa.