O festival, que decorre de forma ininterrupta há 38 anos, promete resistir à pandemia, aguardando apenas uma janela de oportunidade para começar a voltar aos palcos. O organizador Vítor Lourenço confirma que está tudo a postos para mais uma edição do festival.

“Já vamos ter de fazer alterações, porque havia um espetáculo de dança previsto para o final de fevereiro e esta circunstância [prolongamento do estado de emergência] que vivemos obriga a mudanças”, disse à agência Lusa.

Contudo, o festival foi preparado para ser flexível ao contexto atual: ao contrário do habitual, a programação foi concentrada em Leiria, sem itinerâncias por outros concelhos, e os espetáculos estão agendados entre fevereiro e setembro, “com receio já que a pandemia pudesse interferir no que estava previsto”.

De qualquer forma, também no ano passado o Música em Leiria sofreu para acontecer, igualmente limitado pela COVID-19: “Mas, mesmo com todas as dificuldades, cumprimos praticamente tudo [da 38.ª edição], apenas com algumas alterações”, lembra Vítor Lourenço.

O Música em Leiria mantém direção artística de António Vassalo Lourenço e terá cerca de 15 momentos, a apresentar em espaços municipais de Leiria. Vítor Lourenço acrescenta que o fio condutor da programação é “a diversidade”, procurando, com “um conjunto de espetáculos ecléticos e de diversas estéticas”, chegar “a um público o mais vasto possível”.

O festival está integrado nas comemorações dos 75 anos do Orfeão de Leiria, conservatório de artes que movimenta cerca de 700 alunos, do pré-escolar aos seniores.

A pandemia que levou a instituição a reformular o já histórico festival obrigou também à reinvenção dos processos de ensino, não só à distância como também na ligação com os pais das centenas de alunos.

“Apesar da idade, conseguimos mobilizar-nos e adaptar-nos às novas tecnologias. Tivemos todos de aprender a ser ‘novos’, renovando-nos”, explica o presidente do Orfeão de Leiria, que criou uma área audiovisual especificamente para manter a atividade, moldando-se às contingências atuais.

“Só os coros e o Conservatório Sénior pararam. De resto, continuamos a funcionar e no domingo até apresentamos a nova imagem do Orfeão e um site renovado, preparado para a nossa atividade, adaptado para as aulas à distância”, conclui Vítor Lourenço.