Além de assinalar 40 edições de festival, o Orfeão de Leiria assume em 2022 "uma tentativa de voltar à normalidade, de deixarmos de trabalhar com esta insegurança com que trabalhámos nos últimos anos", sublinhou o diretor artístico, António Vassalo Lourenço.

Na apresentação do programa, o maestro recordou que "nem em 2020 deixou de haver festival", garantindo-se a continuidade de "um dos mais antigos do país, provavelmente o mais antigo sem interrupções", com um modelo flexível, dispersando espetáculos no tempo ao longo do ano, à medida que a pandemia permitia.

"Acreditamos que a nossa vida vai voltar à normalidade, ou a um novo normal que já não é tão anormal como tem sido", afirmou Vassalo Lourenço, justificando a aposta numa calendarização convencional, concentrada no tempo e com extensões a outros concelhos do distrito de Leiria.

Os espetáculos anunciados cumprem o espírito do festival nos últimos anos: "A partir da música clássica, interage com outros géneros e dá espaço aos grandes nomes e aos jovens em formação e em início carreira. E, obviamente, à presença de artistas internacionais".

Nesse particular, o destaque é o concerto em Leiria, no dia 23 de abril, do Quarteto do Rio, que vem do Brasil para encerrar o Música em Leiria num espetáculo que será "muito especial", antecipa o diretor artístico.

"É um quarteto muito particular, que tem como antecedente 'Os Cariocas'. É um grupo fantástico e aqui vamos tê-los com orquestra [Filarmonia das Beiras]. Vai ser uma das primeiras vezes que o vão fazer, será muito especial".

Na sexta-feira, no concerto de apresentação do festival, a Filarmonia das Beiras interpretou a 40.ª Sinfonia de Mozart, lançando o programa que inicia a 13 de março, no Teatro José Lúcio da Silva (TJLS) com "Segunda 2", da Companhia Paulo Ribeiro.

"Ri-te como Jacques!", homenagem ao compositor francês Jacques Offenbach, pelo trio À la Joie, sobe ao palco do Teatro Stephens, na Marinha Grande, a 18 de março, e terá apresentações em Pombal e Porto de Mós em datas a anunciar. Na sala da Marinha Grande, a Orquestra de Sopros de Leiria atua a 19 de março.

O espetáculo satírico "Maestrissimo" chega a Leiria e ao TJLS a 25 de março, enquanto no dia 27, na Igreja da Portela, o Coro e Camerata do Orfeão de Leiria apresentam "Missa Brevis".

A fechar março, no dia 31, o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa leva ao Teatro Miguel Franco, em Leiria, um programa com as "Folk Songs", de Luciano Berio.

No arranque da programação de abril, a Orquestra Jazz da Universidade de Aveiro e João Mortágua mostram no TJLS, no dia 2, um espetáculo com 'standards' de jazz e também obras contemporâneas e de cariz popular.

O Música em Leiria vai igualmente à Batalha, com o "Requiem Alemão", de Brahms, pela Filarmonia das Beiras, no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, no dia 9 de abril.

De regresso ao TJLS, no dia 10 de abril, apresenta-se a Orquestra de Sopros de Leiria.

Dois vencedores do Prémio Jovens Músicos - RTP/Antena 2 também atuam no festival: o clarinetista Telmo Costa toca no Orfeão de Leiria, a 13 de abril, enquanto a violetista Sofia Sousa e a Jovem Orquestra Portuguesa vão ao TJLS, no dia seguinte.

Aos Moços do Coro junta-se o organista João Santos, na Sé de Leiria, a 20 de abril.

O Quarteto do Rio e a Filarmonia das Beiras fazem a despedida desta edição do festival a 23 de abril, no TJLS.

A par da programação principal, o concerto didático "O piratinha brincalhão" terá apresentações em Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, também no distrito de Leiria.