O nome Mary N pode ainda não ser familiar para muitos, mas as novidades nunca nos escapam e fomos ter uma conversa com este novo talento. É uma rapariga portuguesa, tem 20 anos, canta em inglês e... se quiserem saber mais, vão ter de ler tudo com atenção. 

mary n

SAPO On The Hop: Qual o significado por detrás de Mary N?

Mary N (M): O meu nome é Mariana Gonçalves. O nome Mary N vem da junção de Mary, porque toda a gente sempre me tratou assim, e decidi acrescentar o N, que não significa nada, foi apenas por uma questão de sonoridade, pois remete para o meu nome Mariana em inglês.

És uma rapariga nova, com apenas 20 anos. Contudo, a tua dedicação musical já começou há cerca de dez anos. O que te fez pensar que este seria o momento ideal para o lançamento deste projeto?

M: Comecei a compor aos 14 ou 15 anos, mas fazia-o apenas para mim, quase como uma terapia, para desabafar dos meus problemas. Hoje já não é tanto assim. A parte de desabafar continua, mas já não faço apenas para mim. Faço-o para partilhar com quem me quiser ouvir, e sinto que este é o momento certo. Agora sinto que tenho maior maturidade do que há uns anos, quer como pessoa, personalidade, quer como artista. Até aqui dediquei-me bastante a aprender a compor, a tocar guitarra e outros instrumentos, a absorver a técnica, a composição, a escrita...

'Don't Wanna Hear You' é o teu primeiro single. Como te sentes sabendo que finalmente chegou o momento onde todos os outros vão poder ouvir e avaliar a tua música?

M: Sinto-me muito feliz, apesar de ainda ser muito recente, as reações ao single têm sido muito boas. Tenho recebido muitos comentários positivos, principalmente nas redes sociais, que é onde tenho um maior contacto com quem me segue. As pessoas têm-se demonstrado bastante receptivas e até surpreendidas quando descobrem que sou eu quem compõe, toca e faz o solo de guitarra. Estou muito entusiasmada com este lançamento e espero continuar a receber este feedback tão positivo.

Como surgiu esta oportunidade de colaboração com o D8 para este teu primeiro single?

M: Já compus esta música há algum tempo, na altura estava o D8 no Factor X, e quando a compus fiz duas versões, uma apenas minha e outra onde pudesse ter uma colaboração. Mas no meio de tantas músicas que tenho vindo a compor acabei por deixá-la em "stand by". Mais tarde voltei a ouvi-la, e achei que tinha potencial para single e pensei no D8 para colaborar comigo. Pedi à minha produtora que me ajudasse a convidá-lo a participar, e assim foi. Eles fizeram a música chegar ao D8, que gostou e aceitou o convite. Foi uma experiência ótima, trocámos ideias, ele percebeu muito bem todo o conceito da música o que tornou tudo mais fácil. Penso que o resultado final reflete isso mesmo.

Sabemos que és tu quem escreve as letras para as tuas próprias músicas, tal como sabemos a forma como os teus sentimentos te influenciam nesse mesmo processo. Consegues apontar um momento em específico na tua vida que te tenha afetado especialmente, e que te tenha acabado por inspirar?

M: Sim, posso dar um exemplo. Quando um produtor não me deu sequer a oportunidade para que me ouvisse, e a desculpa que ele deu foi "porque estamos em crise", isso indignou-me bastante e fui para casa escrever uma música onde transmito a mensagem que não é por estarmos em crise que vamos deixar de fazer as coisas... há sempre uma maneira, temos de acreditar e agarrar as oportunidades certas.

Se a pop é uma preferência tua, o rock muito mais. Nunca te imaginaste numa banda, ao invés de um projeto a solo? O que te fez optar por esta vertente?

M: Inicialmente sim, imaginei-me numa banda, mas depois decidi entrar nesta aventura a solo porque senti que fazia mais sentido para mim, e também porque as músicas são muito pessoais e refletem as minhas experiências, mensagens, sentimentos e imaginação. Se fosse uma banda não seria apenas o meu ponto de vista, seria uma ideia partilhada por mais pessoas, mas ao vivo tenho o DJ Big sempre comigo, e o facto de visualmente ser um DJ e apenas eu na guitarra e voz cria curiosidade nas pessoas, é algo pouco habitual mas que tem funcionado muito bem.

És também quem trata de todo o instrumental, para além de cantar e compor. Qual das três vertentes te dá mais prazer?

M: É muito difícil responder a isso... As três dão-me bastante prazer, e cada uma tem a sua essência, a sua magia e um processo muito distinto. Quando decidi ter este projeto a solo comecei a ter de trabalhar muito mais cada uma destas vertentes, e hoje não passo sem a complementaridade delas. Gosto muito de cantar, mas sempre com a minha guitarra. Para quem não me conhece, e quando digo que sou guitarrista, muitas vezes a sensação que me dão é que pensam que faço apenas uns acordes, e isso deve-se muito a um estereótipo que ainda existe de que as raparigas não tocam tão bem quanto os rapazes, ou são apenas caras bonitas a fazer os tais acordes. Mas depois apercebem-se que não é bem assim, e o tocar guitarra ganha ainda outra dimensão e acaba por me dar uma enorme satisfação contribuir de alguma forma para tentar quebrar esse preconceito.

Depois deste single, o que podemos esperar?

M: Neste momento, está a ser feita a promoção a este primeiro single que tem tido um feedback muito bom. Ao mesmo tempo continuo em estúdio a trabalhar naquele que será o meu álbum de estreia, que penso que estará cá fora durante o próximo ano. Até lá pode ser que surjam novas músicas, mas a melhor forma de estarem sempre a par do que vou fazendo é seguirem-me nas redes sociais, Facebook, Instagram, Twitter, etc. Tudo o que for novidades estará lá...