Um tribunal do Chile condenou o realizador Nicolás López, que dirigiu alguns dos filmes de comédia mais populares do país, a cinco anos de prisão por duas acusações de abuso sexual, informaram as autoridades judiciais esta segunda-feira.
López teve entre os seus elencos as jovens atrizes mais conhecidas do Chile e tornou-se popular por filmes humorísticos como "Sin filtro" (2016) e "Não Estou Louca" (2018). O primeiro ganhou versões no México, Argentina e Espanha.
O realizador foi condenado a "cinco anos e um dia de prisão efetiva", por duas acusações de abuso sexual cometidos em 2015 e 2016, disse o tribunal.
Durante o mediático julgamento, que começou há três anos, o cineasta de 39 anos foi absolvido das acusações de violação e atentado ao pudor.
A defesa de López anunciou que apelará da decisão anunciada esta segunda-feira pelo tribunal da cidade de Viña del Mar (centro do Chile).
"Lamentamos profundamente a resolução do tribunal de determinar a prisão efetiva do senhor Nicolás López. O sennhor López não é um perigo para a sociedade, tem uma conduta anterior impecável e colaborou em todos os momentos com a investigação", apontou a advogada Paula Vial.
"Vamos recorrer desta decisão e da condenação por abuso sexual, pois acreditamos que o padrão de prova exigido nos dois casos pelos quais ele foi condenado não foi alcançado [...] O senhor López não é um violador ou abusador de mulheres", afirmou Vial num comunicado à imprensa.
O caso contra López começou após acusações de várias atrizes e modelos, que o acusaram de convocá-las para testes e reuniões de trabalho na sua casa para cometer os abusos.
O processo causou grande escândalo no Chile e veio à tona no momento em que o movimento global #MeToo descobriu vários casos de abuso sexual cometidos por pessoas poderosas, especialmente na indústria do entretenimento.
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