Em conjunto com o teclista Martin Rev, Alan Vega criou os Suicide nos anos 1970, banda que foi uma das primeiras a descrever a sua música como “punk”.

O estilo musical próprio de Vega, que morreu no sábado à noite, foi influenciado por Elvis Presley e pelo movimento rock, tendo utilizado instrumentos eletrónicos como caixas de ritmos e sintetizadores, que lhe deram um carácter sombrio e pessoal que caracterizou a sua música.

Na mensagem que divulgou na internet, Henry Rollins anunciou não só a morte de Vega como juntou um comunicado aprovado pela família em que se diz que o músico morreu “tranquilamente enquanto dormia, na noite de 16 de julho”.

Refere-se também que Alan Vega era “não só um criador implacável, um escritor músico até ao final e era surpreendentemente único”, tendo sido “um artista por excelência em todos os níveis imagináveis”.

A vida do músico foi “uma lição do que é realmente viver para a arte. O trabalho, a incrível quantidade de tempo que requere, o valor para continuar a viver e a força para concretizá-lo, isso foi Alan Vega”, salienta-se no comunicado.

Nascido em 1938 como Alan Bermowitz, no Brooklyn, Nova Iorque, começou a sua atividade como artista plástico e escultor, ganhando notoriedade com as suas pioneiras esculturas de luz.

Nova Iorque foi também o cenário do “Project of Living Artists”, um espaço onde Vega desenvolvia a suas facetas artísticas e experimentava a música eletrónica.

Grupos pioneiros do "pré-punk" nova-iorquino como os New York Dolls, Television ou Blondie participaram naquele projeto.

Alan Vega trabalhou então com Martin Rev, com quem formou os Suicide, que tiveram uma grande influência na cena musical dos anos 70 em Nova Iorque, juntamente como os Ramones, Patti Smith ou os Talking Heads.

O seu álbum de estreia, editado em 1977, é atualmente tido como um marco da música eletrónica. Também Inspirou numerosos artistas, de géneros musicais diversos como o house, o tecno ou o electroclash.

Além dos Suicide, Alan Vega lançou vários discos a solo, destacando-se o seu álbum homónimo de 1980 (de onde os LCD Soundsystem retiraram “Bye Bye Bayou”, canção várias vezes tocada pela banda de James Murphy) e Saturn Strip, de 1983, produzido por Ric Ocasek (The Cars).