"A sua influência nos últimos cinquenta anos como escritor, fotógrafo, arquiteto, escultor, realizador e artista performativo, foi sentida amplamente no mundo da arte contemporânea", lê-se na mensagem divulgada pelas galerias Lisson, Marian Goodman, 303 e Regen Projects, publicada pela plataforma online Artnews.

A crítica e a história da arte contemporânea identificam Graham como um artista pioneiro no desenvolvimento do minimalismo, pós-minimalismo e conceptualismo, tendo desenvolvido um importante trabalho na área do vídeo.

Durante as décadas de 1960 e 1970, no entanto, o próprio artista não se declarou envolvido em nenhum movimento artístico, assumindo-se acima de tudo como um arquiteto e escritor.

"A minha paixão nunca foi a arte. Foi sempre a arquitetura, o turismo, o 'rock and roll', e escrever sobre 'rock and roll'”, disse, em 2011, como cita hoje a Artnews num artigo sobre Dan Graham.

Autor de obras muito diversas, algumas consideradas inclassificáveis, nomeadamente esculturas em vidro monumentais, e pequenas peças com textos, Dan Graham criou igualmente 'performances' sobre vigilância e vídeos sobre 'rock and roll'.

Apesar desta negação do seu estatuto de artista, Dan Graham - que teve a sua primeira retrospetiva nos Estados Unidos, em 2009, no Museu Whitney - exerceu uma forte influência em gerações de artistas que recolheram reflexão e ideias dos seus textos, fotografias, vídeos e esculturas.

A série de fotografia "Homes for America" (1966–67) marcou a sua carreira artística, e trabalhos como o texto "Detumescence" (1966), sobre o que acontece ao pénis de um homem quando atinge o clímax, ou "Schema" (1966), que detalhava os seus elementos tipográficos, eram vistos como provocações, mas tinham também como objetivo romper com a transmissão de informação de via única dos media.

Dan Graham nasceu em Urbana, Illinois, em março de 1942, e cresceu em Winfield, no Estado de Nova Jérsia. Não estudou formalmente além do liceu, mas absorveu as teorias de intelectuais como Claude Lévi-Strauss, Margaret Mead, Jean-Paul Sartre e Walter Benjamin, entre outros.

A sua intenção inicial era ser escritor.

Em 1964, fundou a Galeria John Daniels, em Nova Iorque, que viria a ser palco de várias exposições de artistas minimalistas.