O cantor e acordeonista português Virgílio Góis, que se destacou na interpretação local de música portuguesa na Venezuela, morreu, aos 83 anos, vítima de COVID-19, segundo fontes da comunidade luso-venezuelana.
“Foi um grande colaborador dos eventos do Marítimo, do Centro Português de Caracas e dos arraiais do Dia da Madeira”, explicou o presidente da Academia do Bacalhau de Caracas à agência Lusa.
Segundo José Luís Ferreira, o cantor, que também era comerciante, era tido como uma “referência e presença obrigatória” nos eventos comunitários, nos quais se destacava também pela sua “disposição em colaborar” com a comunidade e pelo 'portuguesismo' que demonstrava.
José Luís Ferreira (ex-presidente do clube de futebol Marítimo da Venezuela), explicou ainda que o cantor era também uma das atrações dos eventos do clube até há aproximadamente 28 anos, quando o clube deixou de ter atividade no futebol profissional venezuelano.
Um vizinho do cantor explicou à agência Lusa que Virgílio Góis esteve radicado na localidade venezuelana de Charallave (60 quilómetros a sul de Caracas), de onde emigrou para o Brasil há mais de 20 anos.
“A filha tinha uma loja de venda de flores aqui em Charallave, que vendeu a uns comerciantes colombianos e emigrou também para o Brasil”, explicou a mesma fonte.
A morte do cantor consternou a comunidade luso-venezuelana, motivando inclusive uma nota de condolências da Direção Regional das Comunidades e Cooperação Externa da Madeira (DRCCEM).
Num comunicado divulgado no Funchal o diretor da DRCCEM, Rui Abreu, “lamenta a morte do senhor Virgílio Góis, madeirense, natural da Ponta Delgada, vítima de covid-19, que vivia em Charallave, estado de Miranda, na Venezuela”.
“Virgílio Góis foi um cantor popular muito acarinhado pela comunidade, deixando-nos um vasto repertório musical, apreciado em toda a Diáspora”, explica.
Segundo o comunicado, foi “um ser humano extraordinário que também desenvolvia um trabalho social junto da comunidade, através da Igreja.
"Profundamente religioso encontrou em Nossa Senhora a força para ultrapassar o falecimento prematuro de uma filha que com ele cantava”, acrescenta.
“À família enlutada, o Diretor Regional das Comunidades e Cooperação Externa apresenta as mais sentidas condolências”, conclui.
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