A estátua de Gérard Depardieu foi retirada da área de visitas do Museu de Cera de Paris esta segunda-feira (18), indicou a direção da instituição à France-Presse.

A decisão surge após a revelação num documentário de alguns comentários sexistas do ator francês, que também é acusado de violação.

A decisão foi tomada "diante das reações negativas dos visitantes [ao passarem pela estátua do ator] e nas nossas redes sociais", declarou o Museu Grévin, que recebe cerca de 800 mil visitantes por ano e onde a estátua do ator estava desde 1981.

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Durante uma viagem à Coreia do Norte em 2018, o artista fez comentários inapropriados, bem como gestos e sons que imitavam atos sexuais enquanto falava com mulheres, segundo imagens divulgadas pelo canal France 2 no dia 7 de dezembro.

A ministra da Cultura da França, Rima Abdul-Malak, criticou os "comentários absolutamente escandalosos" e anunciou um processo disciplinar que poderá determinar a retirada da sua Legião de Honra, distinção que recompensa civis e soldados por atos e serviços prestados ao país.

Em dezembro de 2020, a Justiça acusou o ator de 74 anos de violação e agressão sexual à atriz Charlotte Arnould.

Desde então, uma dezena de mulheres acusaram-no, nos jornais, de violência sexual, incluindo a atriz Hélène Darras. A Justiça investiga a sua queixa apresentada em 10 de setembro por factos em princípio prescritos.

Depardieu, que nega as acusações, é uma lenda do cinema francês, como Alain Delon ou Brigitte Bardot, com uma prolífica carreira de mais de 200 filmes, também marcada por excessos e escândalos.