A quinta edição do programa da Câmara Municipal do Porto arranca a 24 de março, com um concerto de António Pinho Vargas na junta de Campanhã (21:30) e encerra a 16 de dezembro com a estreia de um filme de Leonor Teles (vencedora, em 2016, do Urso de Ouro para melhor curta no festival de cinema de Berlim), a quem foi dada “carta branca” para pensar a cidade, explicou Guilherme Blanc, adjunto para a Cultura do presidente da Câmara do Porto.

Entre uma e outra data, a cidade recebe, em bairros, na Foz, na feira da Vandoma ou num centro comercial da Boavista, 21 projetos e 68 apresentações, resultado de um investimento “de 245 mil euros”, dos quais 30 mil suportados pela Fundação Manuel António da Mota, explicou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, durante a apresentação do programa, no bairro da Pasteleira.

“Esta edição tem um programa mais ambicioso e completo”, disse, notando que, “pela primeira vez”, chega “a todas as freguesias da cidade, sem exceção”.

Para Rui Moreira, a “maturidade” desta edição concretiza-se, sobretudo, “na carta branca” dada aos agentes culturais para fazer “com que a cidade se confronte consigo mesmo”.

Liberdade total é o que vai ter Leonor Teles para dar “continuidade ao trabalho dos últimos dois anos” e que “resultou em dois filmes realizados no Porto por Salomé Lamas e por João Salaviza com Ricardo Alves Jr.” e passar “parte do ano em residência artística no Porto”.

A realizadora vai desenvolver um projeto cinematográfico “a partir dos lugares, pessoas e narrativas da cidade”, realizando uma curta-metragem (a ser exibida no dia 16 de dezembro, 16:00, teatro Rivoli).

No mesmo dia, a sessão de encerramento conta os concertos de Pedro Augusto e José Cordeiro com Orquestra Comunitária de Lordelo do Ouro e da banda catalã Za! com o Rancho Folclórico de Ramalde Associação 26 de Janeiro (17:00, teatro Rivoli).

Cinema Insuflável é um espaço itinerante para crianças e que, entre as 10:00 e as 20:00, vai passar pelo Parque da Pasteleira (12 de maio), pelo Terreiro da Sé (26 de maio) e pelo Bairro do Aleixo (09 de junho).

O “Cultura em Expansão” abrange ainda uma Quinta de Leitura (sessão de leitura de poesia) realizada a um sábado no Centro Paroquial de Aldoar (13 de outubro, 21:30), depois de seis sessões e 15 horas de formação a “dizedores de poesia” daquela zona da cidade.

O Coliseu do Porto integra pela primeira vez o programa com um Circo Social, tendo já esgotado as inscrições para “ateliers de malabarismo, contorcionismo” e outras artes circenses a jovens do Bonfim, sob a direção artística de Elsa Caillat e João Paulo Santos, divulgou Eduardo Paz Barroso, diretor da instituição.

Este ano, o Oupa!, com a direção criativa de Capicua, deixa os palcos e passa para a “gravação de um projeto profissional em estúdio”, adiantou Guilherme Blanc.

No dia 25 de abril, B Fachada canta Zeca Afonso no bairro da Bouça (17:00), Rui Veloso atua a 24 de novembro (21:30) na Associação de Moradores da Pasteleira e o mesmo local recebe, a 16 de junho (21:30), a Orquestra de Jazz do Porto.

“Nau!”, do Teatro Experimental do Porto, vai estar na praia do Molhe, na Foz em julho para, a partir de um contentor marítimo, criar uma experiência imersível para sentir o “lado B” do colonialismo, juntando-se a uma “tasca” com performances e conferências.

A “Objetoteca Popular Itinerante”, do Teatro de Ferro, o espetáculo “Eu gosto muito do Senhor Satie”, de Joana Gama, “Reclaim the Future”, das Visões Úteis, e “Galeria Portátil”, de Katalin Déer, Carlos Lobo e Dinis Santos são outros dos espetáculos previstos.

Questionado sobre uma maior diversidade dos locais onde o programa chega este ano, Rui Moreira vincou não estar em causa “um projeto típico de coesão” ou “paternalista”.

“Este é um projeto cultural que tem impacto na coesão. Tem de envolver todos e servir para debater a cidade. É um projeto inclusivo sem ser um projeto puro de inclusão e é libertário, não é um projeto que nos afaga”, afirmou Moreira.

Guilherme Blanc notou que o programa pretende “combinar duas dimensões programáticas”, chegando aos bairros “mas também a locais onde a cultura é escassa”, como a Foz, ou a plataformas para descoberta de territórios, como o Centro Comercial Brasília.

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