A posição da Plateia surge depois de a ministra da Cultura, Graça Fonseca, ter divulgado as regras de acesso a salas de espetáculos, que podem abrir já na segunda-feira com a obrigação de uso de máscara por parte do público e com a obrigatoriedade de um lugar de intervalo entre espectadores caso não coabitem.

As medidas anunciadas por Graça Fonseca na terça-feira merecem cinco reparos por parte da associação de artes cénicas, considerando que estão por esclarecer algumas normas.

Para a Plateia, estão por esclarecer quais as normas de segurança e saúde no trabalho a serem cumpridas para uma grande parte dos intérpretes em palco, sobretudo atores e bailarinos, uma vez que “o Ministério da Cultura pronuncia-se apenas sobre espetáculos musicais”.

A associação refere que ficam por responder questões sobre as atividades artísticas, como as relacionadas com trabalhadores pertencentes a grupos de risco, a interação entre intérpretes e público e as atividades participativas com comunidades especificas e não profissionais da área.

A Plateia lembra que enviou ao Ministério da Cultura, há uma semana, a sua análise sobre este assunto, sem que tenha obtido retorno, acrescentando ter tomado conhecimento das medidas pela comunicação social.

A associação sublinha que o pedido de audiência que fizeram à Direção-Geral da Saúde e à Inspeção-Geral das Atividades Culturais continua a ser ignorado e acusam as entidades de não estarem a estabelecer “um diálogo sério”.

Para a Plateia, a reabertura das salas e a possibilidade de realizar espetáculos não significa “a retoma do setor”, uma vez que “as medidas apresentadas terão um impacto financeiro muito significativo nos espaços e promotores independentes”, acarretando grande despesas na aquisição de material de proteção e na contratação de pessoal levando a uma redução das receitas”.

“Em muitos casos as regras de limitação de audiências tornam financeiramente e, por vezes, fisicamente, inviável qualquer apresentação, sendo ainda previsível a dificuldade de captação de público em contexto de pandemia”, sustentam.

Teatros, salas de espetáculos e cinemas podem reabrir, a partir de segunda-feira, com todas as filas ocupadas e um lugar de intervalo entre os espectadores, que serão obrigados a usar máscara, revelou, na terça-feira, a ministra da Cultura.

Os espetáculos ao ar livre terão de ter lugares assinalados.

Ao fim de mais de dois meses, os teatros e as salas de espetáculo e de cinema poderão reabrir com “lugares marcados, todas as filas ocupadas” e “um lugar de intervalo entre os espectadores, exceto se forem coabitantes”, disse Graça Fonseca, em declarações à agência Lusa.

O uso de máscara “será obrigatório” para o público e terá de haver “higienização dos espaços entre espetáculos ou sessões”.