O premiado cineasta filipino Brillante Mendoza manifestou apoio à implacável política de combate às drogas do presidente Rodrigo Duterte, muito questionado pelos países ocidentais.
Mendoza, 56 anos, é uma figura importante do cinema mundial, premiado no Festival de Cannes e em eventos do cinema independente pelos seus filmes que mostram a injustiça social e o sofrimento dos pobres nas Filipinas.
Apesar das críticas de muitas pessoas à política repressiva ultraviolenta de Duterte contra o narcotráfico, Mendoza aceitou filmar curtas de propaganda a favor da mesma e dirigiu as filmagens de um discurso do presidente à nação.
"Se alguém entende a situação é o presidente", disse Mendoza à AFP na sede da sua produtora, em redor dos cartazes de seus filmes mais famosos, também exibidos nos festivais de Veneza e Berlim.
"Sei que muitas pessoas não apoiam o que ele quer e o que está agora a fazer, mas se realmente observarmos a situação real esta é a forma de agir", completou o cineasta.
Mendoza venceu o prémio de melhor realizador no Festival de Cannes em 2009 pelo filme "Kinatay". Três anos mais tarde dirigiu Isabelle Huppert em "Cativos" e já em 2015 viu "Taklub" ganhar uma menção especial do júri ecuménico também em Cannes.
Duterte foi eleito em maio após uma campanha durante a qual prometeu erradicar as drogas com a eliminação de milhares de pessoas. Também declarou que o país corria o risco de tornar um narcoestado.
Desde que chegou ao poder no fim de junho, a polícia matou mais de 1.800 supostos traficantes de drogas e outras 2.600 pessoas morreram em circunstâncias obscuras, de acordo com dados oficiais.
O presidente alega que a polícia mata apenas em situação de legítima defesa e que as mortes não esclarecidas são consequência de ajustes de contas entre criminosos.
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