A programação deste ano, que se estende até 8 de dezembro, conta com a participação dos alunos da Classe de Órgão da Escola Superior de Música de Lisboa, para além do alemão Arno Hartmann e do espanhol Javier Artigas Pina, entre outros organistas.
O recital de Rui Paiva, atual diretor da Academia de Música de Santa Cecília, em Lisboa, inclui, entre outras, as peças “Aria detta Balletto”, de Girolamo Frescobaldi, Tocata X, de Georg Muffat, Sonata em Ré Maior (K.224), de Domenico Scarlatti, compositor que esteve em Portugal, como professor da infanta Maria Bárbara, filha de D. João V, e que foi rainha de Espanha.
Rui Paiva foi aluno de Joaquim Simões da Hora e, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, prosseguiu os estudos com Montserrat Torrent, no Conservatório Superior de Barcelona, diplomando-se, sob a orientação de José Luis González Uriol, em Cravo e Órgão no Conservatório Superior de Saragoça, também em Espanha.
O segundo recital do ciclo, “O passado e o presente”, no dia 12 de maio, é protagonizado por Daniel Sousa, Maria Moura, Frederico Costa e Maria João Abreu, alunos da Classe de Órgão da Escola Superior de Música de Lisboa, que vão interpretar peças de Francisco Correa de Arauxo, Guy Bovet.
“Canadá-Suíça-Canadá: Uma viagem” é o título do terceiro recital, no dia 9 de junho, por Arno Hartmann, atual diretor artístico do Festival de Órgão de Bochum, na Alemanha, e dos Bochumer Bachtage.
O recital do organista alemão é constituído por peças do “Livre d'orgue de Montréal”, datado de princípios do século XVIII, e dos compositores contemporâneos Guy Bovet, Lionel Rogg e Denis Bedard.
No dia 14 de julho, toma conta do órgão histórico de S. Vicente de Fora o espanhol Javier Artigas Pina, atual diretor do Departamento de Música Antiga e catedrático de Órgão e Cravo no Conservatório Superior de Múrcia, em Espanha.
Javier Artigas vai tocar um programa que inclui “Batalla de clarines” e “Cantable”, de José Blasco de Nebra, “Pieza Undécima a modo de concierto”, de José Elias, duas sonatas de Scarlatti, “Juego de cuatro versos”, de José Lindón, e “Sonata para órgano de 8.º ono para las Vísperas de Ntra. Sra. del Pilar”, de Ramón Ferreñac.
O ciclo prossegue em setembro, com um recital, no dia 8, pelo italiano Maurizio Croci, que estudou nos conservatórios de Milão e Trento, e na Schola Cantorum, em Basileia, na Suíça.
Em outubro, no dia 13, realiza-se um recital de canto e órgão, protagonizado, respetivamente, pela soprano Cecília Rodrigues e pela organista Beatriz Resendes; em novembro, dia 10, toca Paulo Bernardino, que foi também aluno na Schola Cantorum e é organista titular da capela da Universidade de Coimbra e da Sé da mesma cidade; e, a fechar o ciclo, no dia 8 de dezembro, João Vaz, organista titular de S. Vicente de Fora, apresenta-se com o grupo Charamelas d’El Rey, dirigido por Pedro Castro.
O Órgão Histórico da Igreja de S. Vicente de Fora foi construído em 1765, por João Fontanes de Maqueira, como nele está inscrito, e foi restaurado, em 1994, pelos organeiros Christine Vetter e Claudio Rainolter.
Segundo a organização do festival, é “provável que o instrumento já existisse antes do grande terramoto de Lisboa [1755], sendo aquela a data em que João Fontanes de Maqueira, organeiro de origem galega que construiu também o órgão do Seminário de Coimbra, lhe deu a forma que assume ainda hoje”.
O órgão, com “mais de três mil tubos, distribuídos por dois teclados e 60 meios Registos”, é “um dos maiores instrumentos históricos de Portugal e um dos mais bem preservados do património organístico português”.
Em 2017, assistiram ao ciclo 5.000 pessoas, o mesmo número registado em 2016, segundo a organização.
Comentários