Essa componente específica do evento funciona como uma competição em que artistas e coletivos em início de carreira trabalham sem cachê (com a organização a apoiar-lhes apenas as despesas com viagens, estadia e alimentação), mas no pressuposto de que o melhor espetáculo de sangue novo será premiado com a encomenda de uma produção própria a apresentar no festival do ano seguinte, então devidamente remunerada.

"Selecionámos 21 projetos para disputarem essa oportunidade de conceber um espetáculo novo em residência artística no Imaginarius Centro de Criação", declarou Gil Ferreira, vereador da Cultura da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, entidade que organiza o festival.

"As propostas deste ano envolvem uma oferta diversificada e nas nossas escolhas o objetivo é sempre a intervenção no espaço público, seja através da apresentação destes espetáculos em espaços diferenciados, seja através do envolvimento da audiência nas próprias performances", explicou o autarca à Lusa.

O Mais Imaginarius de 2018 propõe atuações como "Adrift", em que os britânicos Kapow combinarão dança e circo numa performance intimista com preocupações ambientais, e "Trashpeze", em que os finlandeses Wise Fools criarão suspense com técnicas circenses entre estruturas aéreas.

Num registo diferente, o coletivo belga Les Espaces Cyclophones apresentará uma instalação sonora em que vários mecanismos interativos funcionarão como um desafio intergeracional e a companhia italiana L'Abile Teatro dará a conhecer "Mago per svago" e como um número de magia pode evoluir para uma competição, quando o assistente do ilusionista mostra saber superá-lo.

"No fundo, estes artistas estão, por um lado, a disputar um prémio que lhes garantirá um lugar no programa de 2019 e, por outro, a beneficiar do prestígio de já integrarem agora uma edição do Imaginarius, com todos os contactos que isso lhes proporciona", sintetiza Bruno Costa, diretor artístico do festival.

Foi isso que aconteceu com o coletivo espanhol de teatro físico Cia Moveo, que após a sua passagem pelo Mais Imaginarius de 2016, produziu um espetáculo para a programação principal de 2017 e acabou por apresentá-lo em sete festivais de diferentes países.

Outros casos de sucesso: o bailarino e coreógrafo Marco Silva Ferreira, que, agora no Teatro Rivoli, venceu a edição de 2013 e se apresentou no Imaginarius de 2014 com Land(e)scape, e o coletivo Moradavaga, que vencendo em 2014 a secção Imaginarius OFF, reservada a artistas autopropostos, foi depois contratado para apresentar "Memento" e regressa este ano com "Flip-it" - que assinala o centenário do Clube Desportivo Feirense com uma instalação no Estádio Marcolino de Castro.

"É por isso que o Mais Imaginarius é um excelente chamariz para quem pretenda chegar à rota de difusão dos espetáculos de arte de rua", defendeu Bruno Costa.

O júri do Mais Imaginarius 2018 integra: Bruno Pereira, da ESMAE - Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Instituto Politécnico do Porto; Alexandra Moreira, do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro; Isabel Bezelga, do Departamento de Artes da Universidade de Évora; Jens Frimann Hansen, do festival dinamarquês Passage; Jordi Duran, do certame catalão FiraTàrrega; e Julia von Wild, do festival alemão Tête-à-Tête.

Na globalidade da sua programação, o 18.º Imaginarius apresentará de quinta-feira a sábado 300 artistas de 17 países, em representação de 37 companhias e criadores individuais. Preveem-se assim 195 apresentações para os 40 espetáculo em cartaz, 24 dos quais em estreia nacional e 11 em estreia absoluta.

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