A primeira parte ficou a cargo dos Basset Hounds. Um concerto que pecou por escasso, porém deu para ouvir alguns temas do novo álbum que deverá conhecer a luz do dia nos próximos meses.

Com Miguel Nunes na voz principal e guitarra, António Vieira na outra guitarra, José Martings no baixo e António Homem de Melo na bateria, não foi só de novidades que se viveu no concerto da banda da capital. O álbum "II", editado pela Pontiaq, também teve oportunidade de ser explorado com a passagem de alguns temas mais arrojados.

Um rock intenso q.b. mas convidativo a dançar. Que o digam os estrangeiros que estavam a dançar junto ao palco e a tomar conta das ocorrências como não houvesse amanhã.

Basset Hounds foram um bom aquecimento para o verdadeiro motivo que motivou à presença de algumas dezenas de pessoas no Musicbox. Os The Lazy Faithful estão de volta à estrada com novos temas. Depois do álbum de 2017, "Bringer of a Good Time", 2019 foi o momento certo para apresentar um disco mais musculado, crescido mas sem perder a irreverência indie que caracteriza a banda liderada por Tommy.

Sem meias medidas, Tommy, João, Zandré e Miguel mostraram uma atitude mais comedida com "Nice Price". Sem comprometer foram explorando alguns temas do novo álbum, ao longo de cerca de uma hora de concerto. Do disco recente, ficou na retina o primeiro single, "Warning Signs", ou "By Mike Oldfield". Pena que, ao contrário do concerto no Porto, Manel Cruz não tenha aparecido em palco para "Itch". Ficou a intenção.

Mas com o decurso do concerto vemos uma evolução da banda. Como tudo na vida, nasce e cresce. O mesmo acontece com os The Lazy Faithful. Cresceram, ficaram mais adultos, tanto no que toca ao som, chegando a roçar raízes mais pop, como às letras. Mas acabam por não esquecer o seu ADN, o modo energético pelo qual se caracterizaram quando apareceram no mundo da música, com o álbum de 2014, "Easy Target".

A despedida fez-se sem muita cerimónia, mas recorda-se o quanto estes miúdos cresceram ao longo de cinco anos, a explorar outras sonoridades e de certa forma como se “profissionalizaram”, com uma outra disciplina e rigor. É como passassem das camadas jovens para o futebol profissional, mas que não percam a essência que os definem.